Delegados aderem por 24 horas à greve da PF

Movimento cresce em todo País; sindicato dos delegados lembra que copeiros do Senado chegam a ter salário inicial 30% maior; entidade alega que instituição sofreu corte orçamentário de R$ 281 milhões entre 2011 e 2012

Delegados aderem por 24 horas à greve da PF
Delegados aderem por 24 horas à greve da PF (Foto: Marcelo Camargo/ABr )


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247 – O movimento grevista na Polícia Federal cresceu nesta terça-feira 7 em todo o País – e terá a adesão, na quarta 8, durante as 24 horas do dia, dos delegados federais. Essa é a expectativa das entidades das categorias profissionais que compõem o conjunto da PF. Ao 247, o Sindicato dos Delegados divulgou números que a entidade considera fundamentais para a compreensão do movimento. De acordo com essa matemática, copeiros, motoristas e ascensoristas do Senado Federal têm salários iniciais maiores do que o dos delegados. "Nada contra os trabalhadores no setor político, mas é inquestionável que a nossa função é muito mais perigosa, demanda maior preparo e exige ainda mais responsabilidade", disse uma fonte da PF. O sindicato frisa que o número de delegados federais com título de doutorado, além do obrigatórilo bacharelado em Direito, é 13 vezes superior à média nacional.

Em razão de salários que experimentaram reajustes de 70,8% entre os anos de 2002 e 2009, contra aumentos de até 552,8% para outras carreiras do funcionalismo público, o sindicato da categoria estima que cerca de 25 delegados deixem os quadros da PF a cada ano. Eles são atraídos por melhores condições de trabalho e remuneração na iniciativa privada, onde um consultor de segurança ou inteligência recebe, em média, R$ 22 mil, contra menos de R$ 15 mil de um delegado com cerca de dez anos de carreira. "Em 2009, o salário de um delegado federal em final de carreira era equivalente ao inicial de um juíz ou promotor", lembra um sindicalista.

As comparações são sempre desiguais aos delegados federais. Em Brasília, por exemplo, um chefe de delegacia da Polícia Civil tem gratificação de função dez vezes superior à recebida por um titular de delegacia da PF. Nas contas do sindicato, o orçamento do Fundo para Aparelhamento e Operacionalização das Atividades-fim da Polícia Federal (Funapol) sofreu um corte de 28% sobre a previsão orçamentária para 2011, que era de R$ 479 milhões. Na verba destinada exclusivamente ao custeio da PF, o corte foi de 5% de um total previsto de R$ 375 milhões. Somando as duas unidades orçamentárias, a PF sofreu redução de um terço de seu orçamento, o que representa cerca de R$ 281 milhões por ano.

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Abaixo, notícia públicada pela Agência Brasil a respeito da greve da Polícia Federal no Rio de Janeiro, o último Estado a aderir ao movimento:

Guilherme Jeronymo _Repórter da Agência Brasil, Rio de Janeiro – Policiais federais iniciam amanhã (8) operação-padrão nos portos e aeroportos do estado, informou o presidente do Sindicato dos Policiais Federais do Rio de Janeiro, Telmo Correa. Os policiais pretendem ainda paralisar as atividades em sete delegacias descentralizadas do órgão localizadas em Angra dos Reis, Campos de Goytacazes, Macaé, Niterói, Nova Iguaçu, Petrópolis e em Volta Redonda.

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A categoria se reuniu em assembleia na tarde de hoje (7), quando discutiu a organização e estratégia do movimento grevista. "Nós não podemos desgastar o movimento todo de uma vez só. Como a federação [dos policiais federais] ficou de fazer vários movimentos subsequentes, vamos progredir no dia a dia conforme a negociação [com o governo] vai andando", disse Correa.

Entre as reivindicações dos policiais estão a reestruturação da carreira dos agentes, escrivães e papiloscopistas, reajuste salarial e a criação de uma norma oficial definindo área de atuação dos agentes, escrivães e papiloscopistas.

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Os policiais rodoviários federais também estão mobilizados. Com assembleia marcada para dia 13, a categoria pode entrar em greve a partir do dia 20, se as negociações com o Ministério do Planejamento não avançarem. Nesta semana, os agentes pretendem promover atos de mobilização."Parece que o governo não sabe nem que a gente existe, não sabe nossos anseios e reivindicações", disse o presidente do sindicato da categoria, Marcelo Novaes.

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