Fotógrafos flagram agressão a militante gay na Ucrânia

Svyatoslav Sheremet havia anunciado o cancelamento da parada gay de Kiev, quando foi atacado por 3 homens encapuzados

Fotógrafos flagram agressão a militante gay na Ucrânia
Fotógrafos flagram agressão a militante gay na Ucrânia (Foto: Anatolii Stepanov/REUTERS)


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Opera Mundi - Svyatoslav Sheremet, líder de uma organização LGBT da Ucrânia, foi agredido neste domingo (20/05) em Kiev, capital do país, depois de ter saído de uma coletiva de imprensa para informar sobre o cancelamento da parada gay da cidade.

Sheremet foi fotografado ensanguentado e recebendo chutes e socos de três homens com os rostos cobertos. Os agressores fugiram quando perceberam que havia fotógrafos registrando o ataque. Ainda não há informações sobre a identidade dos três agressores.

A Ucrânia foi o primeiro país da ex-URSS reconhecido pelas Nações Unidas que descriminalizou a homossexualidade, em 12 de dezembro de 1991. No entanto, a constituição do país, aprovada no mesmo ano, não menciona explicitamente a orientação sexual ou de gênero. Ela contém várias cláusulas que citam os direitos humanos básicos, incluindo a igualdade de direitos, "independentemente de convicções políticas, religiosas e outras" ou "outras características", mas o poder judiciário ucraniano tem evitado que estas cláusulas sejam usadas na luta pela equiparação dos direitos da comunidade LGBT.

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Em um levantamento feito em dezembro de 2007 pela Angus Reid Global de Monitor, 81,3% dos ucranianos entrevistados disseram que as relações homossexuais não são "nunca aceitáveis".

Em outra pesquisa do mesmo instituto, em uma longa lista de possíveis reformas sociais no país, o casamento gay só recebeu 4,7% dos votos, o mais baixo de todos os tópicos em questão.

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Nenhum partido político do país, nem mesmo os menores ou considerados mais de esquerda, defende formalmente os direitos LGBT. Na Ucrânia, não há leis anti-discriminação abrangendo orientação sexual e, mais recentemente, grupos anti-gays e filme com temática LGBT como pornográfico.

Um dos principais grupos anti-gay da Ucrânia, "Amor contra a homossexualidade", tem o apoio público de celebridades e de membros do parlamento que acreditam que as pessoas do coletivo LGBT são "pervertidos sexuais".

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Nos últimos meses, voltou a ser debatida na Ucrânia a proposta de uma lei anti-propaganda gay. O projeto tem como objetivo proibir que se discuta a homossexualidade publicamente, alegando que "a lei pretende proteger os menores e impedir o avanço do HIV".

A Europa do Leste tem saltado ultimamente às manchetes internacionais devido aos esforços em se proibir a visibilidade LGBT e a promoção da cultura gay. Os parlamentos da Moldávia, da Lituânia e da Hungria e a prefeitura de Moscou estudam propostas que proíbem a difusão de qualquer material LGBT ou de qualquer ato que seja considerado propagandista deste coletivo.

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Em março, a segunda maior cidade da Rússia, São Petersburgo, aprovou uma lei parecida. Outras quatro regiões da Rússia já possuem lei semelhante e três cidades da Moldávia.

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