Ação de Cunha pode rachar CPI em dois relatórios

Relator Odair Cunha (PT-MG) é criticado por não compartilhar informações, perseguir tucanos e praticar linha investigativa que fortalece acusados; oposicionistas como Álvaro Dias (PSDB-PR) e independentes ensaiam relatório paralelo, como aconteceu na CPI do Banestado; assunto está em página inteira do jornal Valor Econômico

Ação de Cunha pode rachar CPI em dois relatórios
Ação de Cunha pode rachar CPI em dois relatórios (Foto: Edição/247)


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247 – Os movimentos internos e externos ao ambiente da CPI do relator Odair Cunha (PT-MG) estão perto de rachar politicamente a já dividida CPI do Cachoeira, a ponto de já se projetarem a confecção de dois relatórios finais: um dele, e outro de integrantes independentes e da oposição ao governo. A previsão é tema de reportagem de página inteira, na edição desta segunda-feira 2, do jornal Valor Econômico. "Dos mais de 130 políticos de todas as esferas políticas que a CPI do Banestado supunha alvejar, nenhum foi pego", registra o jornalista Caio Junqueira. "A CPI do Cachoeira pode seguir o mesmo caminho, com seus dois relatórios".

A comparação entre as duas CPIs faz todo o sentido. Com uma formação pesada de tucanos e petistas, durante as investigações feitas entre 2003 e 2004, a CPI do Banestado tinha o objetivo de investigar esquemas ilegais de remessa de dinheiro para o exterior, num trabalho que levantou centenas de suspeitos de ilegalidades em mais de 412 mil operações financeiras via o Banco do Estado do Paraná. Ao final, foram apresentados dois relatórios, um dos políticos ligados ao PT, e outro representativo dos tucanos. O certo é que ninguém foi preso.

Agora, enquanto o relator Cunha é alvo de fortes questionamentos sobre sua postura à frente da Comissão, o quadro de racha em dois relatórios numa mesma CPI pode-se repetir. À frente da maior equipe de investigadores, Cunha vem sendo acusado de não compartilhar as informações que vai amealhando. No campo político, ele sofre críticas em seu próprio partido pelo esquema montado para os depoimentos. Há quem sustente que ele deveria ter deixado mais para o final o depoimento do contraventor Carlinhos Cachoeira, de modo a produzir mais provas em entre acusados e testemunhas à sua volta. O silêncio de Cachoeira, logo nas primeiras semanas de trabalho, exibiu a limitação dos poderes da CPI e pode ter contribuido para o fortalecimento das defesas dos envolvidos. Os tucanos, por outro lado, já acusam Cunha de fazer foco exclusivo no govenador de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB, o que, para integrantes do partido, vai se caracterizando como perseguição política.

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Como não interessa ao PSDB a perseguição a Perillo, e nem passa pela cabeça dos petistas permitirem uma apuração à fundo dos negócios da empreiteira Delta, devido a sua capilaridade no PAC do governo federal, a hipótese de dois relatórios é bastante plausível. Partidarizada e divida, com uma linha de atuação que não contribuiu para qualquer tipo de consenso, o destino da CPI pode ser o fracasso caracterizado em duas versões para o mesmo fato.

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