Cuba condena plano de Trump de enviar imigrantes à base naval de Guantánamo
Chancelaria cubana emitiu nota ratificando declarações do presidente Díaz-Canel e do ministro das Relações Exteriores Bruno Rodriguez
247 - O governo de Cuba criticou o plano do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de abrigar dezenas de milhares de migrantes na base naval dos EUA na Baía de Guantánamo, em Cuba.
“Cuba rejeita a decisão anunciada pelo presidente dos Estados Unidos de utilizar a Base Naval de Guantánamo para aprisionar dezenas de milhares de migrantes que ele pretende expulsar à força. Trata-se de uma demonstração da brutalidade com que esse governo está agindo para supostamente corrigir problemas criados pelas condições econômicas e sociais do próprio país, pela má gestão governamental e por sua política externa, incluindo a hostilidade contra os países de origem desses migrantes”, diz a Declaração do governo cubano. .
A chancelaria cubana acrescenta que muitas das pessoas que os Estados Unidos estão expulsando ou pretendem expulsar “são vítimas das políticas de pilhagem desse governo e atendem a necessidades históricas de mão de obra na agricultura, construção civil, indústria, serviços e diversos setores da economia americana. Outros são resultado da facilidade de entrada na fronteira, de regras seletivas e politicamente motivadas que os acolhem como refugiados, bem como dos danos socioeconômicos causados por medidas coercitivas unilaterais.”
“Uma parcela significativa desses migrantes contribui e já contribuiu para a economia dos Estados Unidos. Eles têm empregos, casas, formaram famílias e construíram suas vidas no país”, enfatiza a nota..
Sobre a base de Guantánamo, a chancelaria cubana enfatiza que o território não pertence aos Estados Unidos. “Trata-se de uma porção do território cubano, na província oriental de Guantánamo, que permanece ocupada militarmente de forma ilegal e contra a vontade da nação cubana. Essa instalação militar é conhecida internacionalmente, entre outros motivos, por abrigar um centro de tortura e detenção por tempo indeterminado, fora da jurisdição dos tribunais dos EUA, onde pessoas foram mantidas por até 20 anos sem nunca terem sido processadas ou condenadas por qualquer crime.”
Cuba alerta que o uso irresponsável da base de Guantánamo “geraria um cenário de risco e insegurança neste enclave ilegal e seus arredores; Isso ameaçaria a paz e estaria sujeito a erros, acidentes e interpretações errôneas que poderiam perturbar a estabilidade e levar a consequências sérias.”
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