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    Alice Portugal

    Deputada federal (PCdoB/BA) e vice-líder da Minoria na Câmara dos Deputados

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    A Câmara dos Deputados envergonhou o Brasil

    A decisão da Câmara dos Deputados de barrar mais uma  investigação de Michel Temer foi um achincalhe com os brasileiros. Novamente um amontoado de parlamentares se beneficiou dos “favores” oferecidos abertamente pelo governo ilegítimo e virou as costas para a sociedade, que não suporta mais a corrupção e, em sua mais expressiva maioria, quer ver pelas costas o presidente golpista e seus comparsas

    Plenário da Câmara dos Deputados 29/06/2017 REUTERS/Ueslei Marcelino (Foto: Alice Portugal)

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    A decisão da Câmara dos Deputados de barrar mais uma  investigação de Michel Temer foi um achincalhe com os brasileiros. Envergonhou o Brasil perante o mundo. Novamente um amontoado de parlamentares se beneficiou dos “favores” oferecidos abertamente pelo governo ilegítimo e virou as costas para a sociedade, que não suporta mais a corrupção e, em sua mais expressiva maioria, quer ver pelas costas o presidente golpista e seus comparsas.

    Há provas cabais dos crimes de obstrução da justiça e de organização criminosa praticados por Temer, Padilha e Moreira Franco, além da comprovação da compra votos no Plenário para impedir a continuidade das investigações no Supremo Tribunal Federal (STF). O custo para sepultar as duas denúncias chegou a valores astronômicos, que superam a grande maioria dos programas sociais extintos ou reduzidos pelo governo a todo momento, como o Bolsa Família, o Luz para Todos, o Minha Casa Minha Vida, o Farmácia Popular.

    Some-se a isso as concessões criminosas feitas pelo governo às bancadas organizadas, como a Ruralista, premiada com a portaria que praticamente revoga a Lei Áurea e legaliza o trabalho escravo, felizmente barrada pelo STF, ou como a bancada Religiosa, que faturou o perdão das milionárias dívidas das igrejas.

    É inaceitável que um governo sem respaldo do voto popular se utilize dos mais escusos meios para se manter no poder, a despeito da reprovação de 94% dos brasileiros.

    Temer protagonizou um golpe bancado pelo poder econômico e pelo fisiologismo que campeia entre a maioria dos congressistas. Sua pauta tem sido a destruição de direitos, o entreguismo mais desbragado e a oferta de seguidas concessões aos grandes grupos econômicos. Ele acredita que sua permanência no poder só se manterá na medida em que tiver o apoio e a condescendência do poder econômico. Refém do “mercado”, tudo faz para agradar os donos do dinheiro.

    Embora tivéssemos consciência de que afastar Temer significava salvar o Brasil e a democracia, não conseguimos evitar que imperasse na Câmara a cumplicidade com os crimes de uma verdadeira quadrilha. Resta-nos lutar em todos os campos possíveis para impedir que os golpistas continuem saqueando o patrimônio público brasileiro e liquidando direitos de nosso povo.

    Não podemos admitir que, após o resultado favorável obtido por Temer na Câmara, seu governo sem legitimidade prossiga em sua escalada ultraliberal investindo contra os mais elementares direitos e conquistas dos brasileiros, privatizando empresas estratégicas como a Eletrobras, sucateando e enfraquecendo nossa Petrobras, entregando ao governo americano o controle de nossa Base de Lançamento de Satélites, liquidando em definitivo com a possibilidade do trabalhador um dia conquistar sua aposentadoria.

    Com a proximidade das eleições de 2018, temos de estimular a efetiva participação política das pessoas, que será fundamental para elegermos um presidente ou presidenta e um Congresso  comprometidos com os direitos da maioria da população e com a soberania de nosso país. A mobilização popular é crucial para nos livrarmos dos maus políticos, que vendem votos e opiniões a quem pagar mais e pouco se importam com os anseios do povo.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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