É possível derrotar o presidente golpista
Se fizermos manifestações em todos os espaços, o Plenário pode decidir pelo afastamento. Há uma surda disputa no seio das forças golpistas e já surge, cada vez com maior frequência, aqueles que admitem não ser mais possível a continuidade de Temer no poder
O fator decisivo para garantirmos a derrota de Michel Temer no Plenário da Câmara é a pressão dos brasileiros sobre cada deputado. O povo nas ruas é capaz de virar o jogo na votação da segunda denúncia contra o presidente ilegítimo, marcada para o dia 25 de outubro.
Com a proximidade das eleições de 2018, os parlamentares ficam mais vulneráveis à pressão popular. A votação será aberta e com chamada individual. Será a oportunidade do eleitor exigir, em cada município e região, que se vote em favor do andamento do processo criminal contra Temer por obstrução de justiça e organização criminosa no Supremo Tribunal Federal (STF). Precisamos impedir que, mais uma vez, ele se salve graças à compra de votos com recursos e cargos públicos.
Todos sabíamos que a votação na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania era um jogo de cartas marcadas, até porque integrantes do colegiado foram substituídos na hora da decisão final. Mas o placar favorável a Temer – 39 votos a 26 – foi mais apertado do que o da primeira denúncia. Isso significa que a cobrança da população sobre os deputados está surtindo efeito. Reduziu a capacidade do golpista resistir. Ele também não está conseguindo atender a todas as exigências de sua base de apoio construída sobre o fisiologismo.
Se fizermos manifestações em todos os espaços, o Plenário pode decidir pelo afastamento. Há uma surda disputa no seio das forças golpistas e já surge, cada vez com maior frequência, aqueles que admitem não ser mais possível a continuidade de Temer no poder. Trata-se de mais um fator de desequilíbrio dos setores retrógrados que tomaram conta do país, por meio de um golpe comprado, e que estão, sem qualquer legitimidade, saqueando direitos e patrimônio público e gerando prejuízos para inúmeras gerações.
Exemplos de desmonte público não faltam. A Reforma Trabalhista destroi a dignidade dos trabalhadores. A pretensa Reforma da Previdência é excludente, elitista e acaba com a aposentadoria. Temer assaca contra a soberania nacional ao quebrar o direito da Petrobras de ter exclusividade na exploração do pré-sal. Outro absurdo aprovado na Câmara é a anistia para dívidas fazendárias de ricos e o perdão de multas de bancos.
O Brasil tem tido prejuízos enormes, mas a conta só chega na mesa do trabalhador. Não é fácil garantir a vitória do povo em Plenário. É fundamental, entretanto, asseverar que estamos sob um estado de golpe. Há várias fissuras no Estado democrático de direito no Brasil. Temos neste momento um ataque frontal à soberania e aos direitos sociais, ao ponto do presidente golpista trocar a volta da escravidão por votos. A mobilização popular precisa ser reacendida para que possamos mudar a correlação de forças e vencer a batalha final nesta quarta-feira. Todos mobilizados e em luta!
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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