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    Clayson Felizola

    Jornalista e professor

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    Globo, governo e STF: juntos para destruir as redes sociais e o Marco Civil

    "O que os jornalistas da Globo e alguns membros do governo parecem não compreender é algo BÁSICO no jornalismo

    Rede Globo

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    Isto é de uma estupidez DESCOMUNAL!

    Me perdoem, mas tem que ser muito JUMENTO para responsabilizar diretamente as redes sociais por crimes cometidos por criadores de conteúdo.

    A Rede Globo tem repetido frequentemente uma analogia IMBECIL entre veículos de comunicação e redes sociais. Um jornalista da emissora chegou a dizer que é comentarista na Globo News, articulista em um jornal, trabalha em um programa de rádio e que, caso ele cometa algum erro, será processado e a emissora também será responsabilizada e processada.

    Isso justificaria o processo às redes por conta de um crime cometido por um criador de conteúdo.

    O que os jornalistas da Globo e alguns membros do governo parecem não compreender é algo BÁSICO no jornalismo: A Globo e qualquer veículo de comunicação possuem chefe de redação, diretor de jornalismo, funcionários com vínculo empregatício, além de uma orientação e revisão de seu conteúdo. Antes da publicação do conteúdo, existe uma "chancela" e "anuência" do veículo.

    Isso não ocorre e é IMPOSSÍVEL de ocorrer dentro de redes sociais.

    É por este motivo que o Artigo 19 garante esta imunidade às redes.

    Mas o que fazer com discurso de ódio, fake news e todos os problemas ocorridos em ambiente digital?

    Tenho minhas sugestões:

    1- Nunca ninguém falou sobre isso, mas a minha ideia pessoal é que QUALQUER imagem, áudio ou vídeo utilizando IA tenham, ao menos um selo, ou um aviso de que a produção é gerada por IA. Infelizmente há um público vulnerável que é vítima da utilização criminosa destas postagens. 

    2- As redes devem ser punidas quando não cumprem decisões judiciais, como pedidos em processos julgados em que há a requisição de retirada do conteúdo criminoso ou do perfil criminoso. A obrigação para a inserção de alguns pontos em suas diretrizes também pode ser cogitada, mas os pontos principais já estão nestas diretrizes de quase todas as redes: pornografia infantil, incentivo ao suicídio, etc.

    3- Fake News e discurso de ódio devem ser tratados do ponto de vista de leis que já existem, como falsidade ideológica, calúnia e difamação etc., que podem ser aprimoradas com previsão ao ambiente digital.

    4- Deixar para o STF decidir algo desta importância para o país é um erro de todos: Governo, Oposição e sociedade civil. Não cabe fingir que nada está acontecendo e deixar tudo rolando solto.

    Por fim, um dedo na ferida.

    O governo e as esquerdas em geral admitem a incapacidade em lidar de igual pra igual com a extrema direita no ambiente digital.

    Em uma perpetuação dos erros, há quem pense que o ideal é acabar com tudo e tirar todos do jogo, incluindo os criadores de conteúdo da própria esquerda e aqueles que não utilizam a ferramenta criminosa das fake news e do discurso de ódio.

    Tudo, me parece, com olho em 2026 e na tentativa, neste ponto, legítima, de colocar um equilíbrio neste processo.

    O problema maior é o remédio, que não cura. Destruir o Marco Civil é uma forma de matar o paciente, na busca em curá-lo.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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