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    César Fonseca

    Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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    Pacote fiscal: direita e ultradireita dão cama de gato na esquerda

    Arrocho salarial para os mais pobres, portanto, fortalecerá crítica da classe trabalhadora contra o presidente na próxima eleição presidencial

    Plenário da Câmara dos Deputados (Foto: ADRIANO MACHADO / REUTERS)

    De olho na sucessão presidencial, a direita e ultradireita deram uma faturada politica em cima do governo.

    Não concordaram com sua proposição de massacrar os mais pobres, penalizando o Benefício de Prestação Continuada – BPC –, enquanto se renderam à maior reivindicação do mercado: diminuição do salário mínimo para penalizar os aposentados.

    O reajuste do mínimo não passará de 2,5% acima da inflação, quando poderia superar esse percentual, se prevalecesse a regra inaugurada pelo presidente Lula de levar em consideração, na valorização do mínimo, o acumulado do PIB nos dois anos anteriores.

    Se fosse considerada a regra lulista, os trabalhadores teriam reajuste da inflação, mais algo próximo de 4%.

    Arrocho salarial para os mais pobres, portanto, fortalecerá a crítica da classe trabalhadora contra o presidente na próxima eleição presidencial.

    Já os socialmente excluídos, que o governo queria penalizar com a nova regra do BPC, serão salvos pela oposição, que não topou a regra de fixar apenas um beneficiado por família, para receber o benefício.

    Se em cada família, mais de um tiver o direito, receberá, o que representará voto na urna, não para o governo, mas para a oposição.

    Cruel.

    Quantos forem contemplados, além do critério restritivo, que os governistas pretendiam penalizar, argumentarão que quem os salvou da degola foram os oposicionistas de direita e ultradireita, e não os governistas, aliados da Faria Lima.

    Os marqueteiros da oposição cuidarão de destacar essa vantagem política a seu favor nos programas eleitorais em 2026.

    Já os aposentados penalizados pela nova regra castradora do salário mínimo, a serem afetados em seu poder de compra, não esquecerão os governistas que estão prejudicando-os.

    O mercado especulativo vai comemorar mais um triunfo em forma de mais dinheiro em seus bolsos, tirado do suor dos trabalhadores, em forma de mais-valia implacável, garantida pelo Estado a serviço dos capitalistas financeiros. 

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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