Polarize, já! (II)
O PT não pode ter medo, enquanto o PSOL continua naquela linha da infame frase proferida pela Senhora Luciana Genro: “viva a Lava Jato”
Claudio Corbo, DCO
Dando sequência à primeira parte do texto publicado neste espaço na semana passada, se encerra o desenvolvimento de porque é necessário para a candidatura do ex-Presidente Lula uma forte polarização contra a burguesia e seus aliados, pois lembremos que fora o PT, PCdoB e o PCO nenhum partido formalmente se colocou sempre contra o golpe de Estado contra a Presidente Dilma em 2016, claro que houve vozes contra o golpe em diversos partidos, mas lembra-se aqui de uma frase proferida por um dos líderes do PSOL na época do golpe que disse: ”o governo Dilma é indefensável”. Esse exemplo mostra a necessidade de a candidatura que representa os interesses da classe trabalhadora se aliar apenas ao povo, já que outros partidos e lideranças políticas só “colaborarão” com um eventual governo de Lula se tiverem espaços formais de poder, esse é o comportamento normal dos famosos partidos de negócio.
O próprio Lula declarou em março deste ano que o “o PT não pode ter medo de polarizar, e sim, de não polarizar e ficar esquecido”, para o líder máximo do Partido dos Trabalhadores: “o PT vai sempre disputar eleições para polarizar, seja contra Bolsonaro ou contra qualquer partido. Podemos polarizar com quem quer que seja desde que seja esquerda com direita”, Lula comentou também que desde as eleições de 1988, o PT investe na polarização política para evidenciar aos eleitores as diferenças entre o PT e os demais partidos que disputam as eleições.
Desde que a farsa da operação Lava Jato começou a desmoronar, a importância da polarização fica mais vital, após ter ficado preso durante 580 dias injustamente pelos empregados do imperialismo no Brasil em seu primeiro discurso Lula disse: “Eu sei que fui vítima da maior mentira jurídica contada em 500 anos de história. Sei que minha mulher, Marisa, morreu por conta da pressão, e o AVC se apressou. Fui proibido até de visitar meu irmão dentro de um caixão, porque tomaram uma decisão que queriam que fosse para São Paulo, fosse a um quartel do segundo Exército de Ibirapuera, e meu irmão, dentro do caixão, fosse me visitar. E ainda disseram que não podia fazer nenhuma fotografia. Se tem um brasileiro que tem razão de ter muitas e profundas mágoas sou eu, mas não tenho”.
O sofrimento que a burguesia causa em Lula desde que ele se tornou homem público representa o ódio que a imprensa, os ricos e a classe média têm de toda a população pobre de nosso país, que é a maioria. Há uma perseguição maior a Lula que a qualquer outro político do PT porque o ex-Presidente Lula é uma síntese do povo brasileiro, com todos seus sofrimentos e injustiças que o Estado capitalista pratica contra os trabalhadores.
Outra forma de perceber o quão é necessária a aliança de Lula com o povo foi a votação da PEC 5 na semana passada, a grosso modo, ficou claro quem são os amigos e os inimigos da já indefensável operação Lava Jato, se tem milhares de provas que o ex-juiz Moro era um empregado da CIA no Brasil para botar abaixo uma tímida política de criar mecanismos de direitos para a população pobre deste país.
O plenário da Câmara dos Deputados rejeitou a ampliação do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) de 14 para 17 vagas, na quarta-feira, 20 de outubro. O substitutivo do deputado Paulo Magalhães (PSD-BA) à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 5/21 obteve 297 votos favoráveis contra 182 e 4 abstenções, o que significa que faltaram 11 votos para obter o mínimo de apoio necessário, de 308 deputados.
Com esse resultado, o Plenário deve agora analisar o texto original da PEC apresentado pelo deputado Paulo Teixeira (PT-SP), que mantém a composição do CNMP em 14 membros, mas acaba com a vaga nata do Ministério Público do Distrito Federal e territórios. No lugar, a Câmara dos Deputados e o Senado vão eleger mais um conselheiro, que deverá ser membro do Ministério Público. Já o corregedor nacional do MP poderá proceder de fora do Ministério Público.
Se essa proposta de PEC não é radical, pelo menos limitaria o poder do judiciário sobre a política, a notícia boa dessa votação foi o apoio das bancadas do PT e PCdoB à proposta. Já a bancada do PSOL continua naquela linha da infame frase proferida pela Senhora Luciana Genro: “viva a Lava Jato”.
Pois bem, aqui se evidencia que os partidos não se comportam ideologicamente de acordo com o que dizem representar, nos dias atuais a política do PSOL está muito mais alinhada com o PSDB e a Globo do que com a esquerda, basta ver sua grande luta identitária e o não apoio incondicional à candidatura de Lula, o que comprova que não existe nenhuma luta contra o “fascismo”, se houvesse toda esquerda se uniria em favor da candidatura de Lula.
Por fim, ou os dirigentes do PSOL jamais leram “A nossa moral e a deles”, de Leon Trótski, ou pior e mais provável, o PSOL faz parte do lado deles.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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