Putin expõe a vassalagem alemã como herança maldita de Hitler
"Como não considerar os alemães, não, apenas, medrosos, vassalos, como diz Putin, mas, sobretudo, burros?", escreve César Fonseca
Lembranças....
Pelo menos eu tenho uma birra contra a Alemanha devido a esse negócio do Hitler ter mandado matar milhares de judeus.
Já discuti asperamente com um alemão autoritário, aqui, em Brasília, porque entrou numa de falar grosso comigo durante uma festa.
Como tinha tomado umase outras, mandei aquele brutamontes, em altos brados, tomar naquele lugar etc e tal.
Também, lembro de um alemão brilhante, fabricante de cerveja, na Antártica, em BH, nos anos 1970, seu Carlos, seu Karl, para o qual trabalhei e que me considerava meio burro, na tarefa de fazer o que ele queria, na elaboração de mapas para produção da cerveja que ele fabricava e, cá prá nós, era muito boa, porque o alemão era, mesmo, competente.
Assim, cheio de lembranças, que deixam a gente grilado e irado com essa raça ariana, reconheço que admiro esses danados, pessoal exigente, competente, embora arrogante.
Imagine, o gênio Marx, detalhista na elaboração do seu O Capital, excessivamente, intolerante, que considerava seu genro, Paul Lafargue, cubano, autor do genial "Elogio à preguiça", marido de Laura, gente tropical, dado à pouca disciplina intelectual etc.
Pô, Marx era, afinal, considerado "o Mouro", moreno, distinto da brancura alemã, e não perdia, nem por isso, sua propensão ao racismo.
Mas, por que estou dizendo tudo isso?
ESPORRO NA ALEMANHA
Por causa do Putin, em sua entrevista ao conservador americano Tucker Carlson, que considerou os alemães vassalos dos americanos.
Aceitaram abaixar as calças para Tio Sam que os proibiu de continuar importando energia barata da Rússia, vantagem comparativa que garantia à Alemanha competitividade excepcional, tanto na Europa como em todo o mundo, para colocar seus produtos industriais de qualidade excepcional no mercado mundial.
A partir do momento em que, por pressão de Washington, não puderam mais importar a energia barata russa, a indústria alemã perdeu a corrida para os próprios americanos e, principalmente, para os chineses.
Os sobrinhos de Tio Sam, que não têm escrúpulos de furar o olho dos outros para lamber o buraco, aproveitaram o fato de Berlim suspender importações de energia, para vender a eles o produto americano pelo triplo do preço.
Miterrand, ex-presidente socialista francês, dizia que os Estados Unidos eram os maiores inimigos da Europa.
Isso se confirma com a sacanagem de Washington contra Berlim, detonando os gasodutos de Nord Stream, no Báltico.
Em seguida, forçaram os alemães a importar a caríssima energia americana.
Resultado: os alemães perderam competitividade e estão no buraco sem fundo da desindustrialização.
Triste.
Putin, ao jornalista yanqui, ironicamente, indaga por que os alemães aceitaram esse desastre econômico?
Concordaram em não reagir diante do que consideram pressão irresistível feita pelos interesses anglo-americanos.
Pode?
VERGONHA GERMÂNICA
Onde está a soberania alemã, indaga Putin?
São uns vassalos, conclui o líder russo diante da posição do governo alemão que se rendeu as pressões de Washington, de jogar fora as vantagens que obtinham do comércio com a Rússia.
Tremendo tapa na cara de toda a Europa.
Paga, por isso, a decadência alemã, especialmente, diante da China, contra a qual perdeu condições de competir.
Da mesma forma, a Rússia, para compensar a perda do mercado alemão de energia russa, foi para a aliança com a China, como alternativa de sobrevivência, que deixou o ocidente puto.
China-Rússia, agora, está aliada na expansão da rota da Seda e na nova estratégia geopolítica mundial com dinamização dos BRICS, como resposta à guerra na Ucrânia por procuração na tentativa fracassada de Washington e mudar regime político em Moscou.
Multilateralismo detona unilateralismo ocidental neoliberal.
Como não considerar os alemães, não, apenas, medrosos, vassalos, como diz Putin, mas, sobretudo, burros?
Alô, alô, seu Karl e sua maravilhosa cerveja Antártica, fabricada em BH, na Avenida Oiapoque, na Lagoinha, onde trabalhei contigo: cadê a arrogância alemã, da qual eu tremia de medo, nos meus tempos de funcionário dessa empresa alemã, na saudosa capital mineira?
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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