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    Gravações obtidas pela PF mostram que Ciro Nogueira chamava presidente do Cade de 'meu menino': 'botei ele lá'

    Gravações constam do inquérito que apontou que o ministro da Casa Civil praticou os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro

    Ciro Nogueira e presidente do Cade, Alexandre Cordeiro (Foto: ABr)

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    247 - Gravações telefônicas obtidas pela Polícia Federal no âmbito do inquérito que apontou as práticas dos crimes de corrupção e de lavagem de dinheiro pelo ministro da Casa Civil e um dos líderes do centrão, Ciro Nogueira, mostram que ele se referia ao presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Alexandre Cordeiro, como “meu menino” e que foi o responsável “por botar ele lá”. O Cade, vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, é responsável por julgar casos de empresas que envolvam ataques à livre concorrência. 

    De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo,  “a conversa em que Ciro Nogueira fala sobre sua influência no Cade foi gravada pelo empresário Joesley Batista, do grupo J&F, no dia 17 de março de 2017, quando ele buscava provas para sua delação premiada”. “Um cara de bom senso. Meu menino, ele era meu chefe de gabinete, eu botei ele lá (...) E ele conseguiu se entrosar lá”, diz Nogueira na gravação. Em seguida, Joesley pergunta “como é que é. Alexandre o quê?” “Cordeiro”, responde o ministro. 

    A reportagem oberva que “na época, a J&F fechou um frigorífico em Santa Fé do Sul (SP) e demitiu 600 funcionários alegando não conseguir cumprir determinação do Cade que impunha níveis mínimos de produção na planta. Em março, o frigorífico foi reaberto com autorização do órgão para produção menor”.

    Em um outro techo da conversa, Ciro Nogueira diz que tem o controle da maioria do colegiado. “É uma coisa que nós temos que, porque hoje nós temos a maioria lá, por isso que ele conseguiu (incompreensível)”. “Nós não podemos perder a maioria”, completa o ministro da gravação. 

    O inquérito da PF foi  concluído na semana passada e aponta que Ciro Nogueira teria recebido R$ 5 milhões de propina da J&F em troca de apoio do PP à reeleição de Dilma Rousseff (PT) em 2014. “Em 2019, o ministro conseguiu convencer o presidente Jair Bolsonaro a reconduzir “seu menino” para o cargo na superintendência. Em 2021, ao aderir ao Centrão, Bolsonaro colocou Cordeiro como presidente do Cade até 2025.”, ressalta o periódico. 

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