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Brasil

Sakamoto: Bolsonaro provou não ter qualificação técnica e ética para o cargo

"Bolsonaro chamou a fome no Brasil de 'grande mentira, atacou governos do Nordeste, difamou jornalista - tudo isso ainda no café da manhã. Esta sexta foi daqueles dias em que o presidente provou que não tem qualificação técnica e ética para ocupar o cargo", disse o jornalista Leonardo Sakamoto

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247 – O jornalista Leonardo Sakamoto, blogueiro do Uol e especialista em meio ambiente, trabalho e direitos humanos, afirma que Jair Bolsonaro demonstrou não condições mínimas de exercer a presidência da República nesta sexta-feira. Confira abaixo seu tweet e reportagem da Reuters:

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro acusou o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que faz o levantamento de dados sobre desmatamento no país, de ter divulgado números “mentirosos” e chegou a insinuar que o presidente do instituto pode estar “a serviço de alguma ONG”.

“A questão do Inpe, eu tenho a convicção que os dados são mentirosos, e nós vamos chamar aqui o presidente do Inpe para conversar sobre isso, e ponto final nessa questão”, afirmou o presidente durante café da manhã com jornalistas estrangeiros.

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“Mandei ver quem está à frente do Inpe. Até parece que está a serviço de alguma ONG, o que é muito comum”, disse, referindo-se ao presidente do instituto, Ricardo Galvão.

Dados divulgados pelo Inpe esta semana mostraram que o desmatamento na Amazônia disparou na primeira metade de julho e superou toda a taxa registrada no mesmo mês no ano passado. Os dados preliminares dos satélites mostram o desmatamento de mais de mil quilômetros quadrados de floresta, 68% a mais do que o mês de julho de 2018.

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Bolsonaro chegou a dizer que esses dados são “uma cópia de anos anteriores”. “Pelo nosso sentimento isso não corresponde à verdade”, afirmou.

Questionado seguidamente pelos repórteres sobre questões ambientais, Bolsonaro demonstrou irritação com o tema. Além de negar os dados de desmatamento, chegou a dizer que existe uma “psicose ambiental” no Brasil e, ao responder um jornalista europeu, disparou: “A Amazônia é nossa, não é de vocês”.

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“Se for somado o desmatamento que falam dos últimos 10 anos, a Amazônia já acabou. Eu entendo a necessidade de preservar, mas a psicose ambiental deixou de existir comigo”, disse.

Procurado, o Inpe disse que sua política de transparência permite o acesso completo aos dados e acrescentou que a metodologia do instituto é reconhecida internacionalmente.

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“O Inpe destaca que sua política de transparência dos dados permite o acesso completo a todas as informações geradas pelos seus sistemas de monitoramento. Este acesso possibilita avaliações independentes pela comunidade usuária, incluindo o governo em suas várias instâncias”, afirmou o instituto por meio de sua assessoria de imprensa.

“A transparência e a consistência da metodologia do Inpe para monitorar o desmatamento na Amazônia são reconhecidas internacionalmente. O Prodes (projeto que monitora o desmatamento da Amazônia), nosso sistema pioneiro, possui mais de mil citações na literatura científica pela excelência de seus dados. O Inpe monitora constantemente a qualidade dos dados sobre desmatamento, que atualmente apresentam índice superior a 95% de precisão.”

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ATAQUE A ANTECESSORES

Em um encontro em que os jornalistas eram, em sua maioria, estrangeiros radicados no Brasil, o presidente começou sua fala dizendo que a maior parte da imprensa “lá de fora” tem uma visão distorcida do que ele é e do que pretende fazer.

“Eu entendo perfeitamente o envenenamento que fazem lá fora”, afirmou. “Não queremos mudar o que pensam lá fora, mas dar a verdade dos fatos.”

Ele acusou os últimos presidentes —citando Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff— de “fracos”, “antipatriotas” e “corruptos”.

“Vocês de fora estão com saudades dos governos corruptos e descomprometidos com o Brasil. É isso que vocês querem aqui. Se fosse outro presidente, depois de Osaka, já teria mais 50 reservas indígenas demarcadas de forma subserviente. Isso mudou, tem que entender que isso mudou”, respondeu a uma das questões sobre meio ambiente, referindo-se a reunião do G20 no Japão, no mês passado, da qual participou e chegou a dizer que não seria pressionado por outras nações.

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