Eduardo Moreira: 'pecado' é não tributar os mais ricos
O economista explica o real significado do “imposto do pecado” anunciado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que incidirá sobre o valor de cigarros, bebidas e produtos com açúcar. “Não é preocupação com a saúde pública, é uma preocupação 100% de arrecadação. Se o governo puder estimular o uso de bebidas alcoólicas e o uso de cigarro ele vai estimular porque agora ele tem um incentivo”, afirmou à TV 247. Assista
247 - O economista Eduardo Moreira conversou com a TV 247 sobre o “imposto do pecado” anunciado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, durante o Fórum Econômico Mundial de Davos. Segundo o ministro, este imposto taxaria cigarros, bebidas e produtos com açúcar.
Eduardo Moreira explicou que o tributo em nada tem a ver com preocupação do governo federal com a saúde da população, e sim com uma maior possibilidade de arrecadação. Ele afirmou também que, a partir de agora, o governo pode até estimular o consumo de cigarros e bebidas alcoólicas.
“Não é preocupação com a saúde pública, é uma preocupação 100% de arrecadação. Se o governo puder estimular o uso de bebidas alcoólicas e o uso de cigarro ele vai estimular porque agora ele tem um incentivo. O que significa o imposto? O governo não fica com um pedaço do resultado da venda? Então o governo é o que da Ambev? É o que da Souza Cruz? Ele é sócio. O governo está aumentando sua parcela na sociedade com as empresas de álcool e de tabaco, logo, o governo tem interesse em que as pessoas usem mais tabaco e mais álcool. Se fosse o contrário, ele proibiria a propaganda de cervejas e bebidas alcoólicas na televisão”, disse.
Ele falou também que a arrecadação do governo de Jair Bolsonaro é sempre pensando em cumprir os compromissos financeiros, e não para viabilizar investimentos. “Acho muito importante entender a intenção que tem por trás dessa medida do Paulo Guedes. A intenção é absolutamente arrecadar mais dinheiro nessa visão fiscalista, que você tenta tirar algum coelho da cartola que te faça conseguir arrecadar mais para garantir a tranquilidade das pessoas que detém a dívida pública de receber os juros sem nenhum tipo de preocupação. É muito importante entender que essa preocupação fiscal do governo é muito mais para honrar os compromissos financeiros do governo do que uma agenda de investimento e para retomar a capacidade da indústria”.
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