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    Goldman Sachs: metade do investimento no Brasil vinha de empresas atingidas pela Lava Jato

    "Quando a gente olha, na economia brasileira, 50 anos de formação bruta de capital fixo (indicador que mede a capacidade produtiva), vê que metade vem de empreiteiras, vem do setor da construção. É preciso uma coordenação entre a área econômica e a jurídica do governo para resolver o problema dessas empresas", disse o economista Paulo Leme, da Goldman Sachs

    "Quando a gente olha, na economia brasileira, 50 anos de formação bruta de capital fixo (indicador que mede a capacidade produtiva), vê que metade vem de empreiteiras, vem do setor da construção. É preciso uma coordenação entre a área econômica e a jurídica do governo para resolver o problema dessas empresas", disse o economista Paulo Leme, da Goldman Sachs (Foto: Leonardo Attuch)
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    Em entrevista,  economista e presidente do Goldman Sachs Brasil, Paulo Leme, revela que empreiteiras destruídas pela Lava Jato financiavam metade dos investimentos no Brasil. 

    No Estadão, via Cafezinho

    Ajuste tem de ser maior e mais rápido’

    Para economista, sem resolver a questão da dívida das empresas, recuperação da economia será bem mais lenta que a imaginada

    Por Alexa Salomão e Alexandre Calais

    O sr. está dizendo que foi feito um diagnóstico precipitado em relação à retomada do crescimento?

    Não foi precipitado. O diagnóstico de consenso, na minha opinião, estava errado. Ignoraram o motor fundamental: o investimento do setor privado. O quadro atual não permite a recuperação do consumo privado. As famílias têm de se ajustar, porque estão muito endividadas, o salário real está caindo e o desemprego, aumentando. Espero que o governo esteja se ajustando, então, não é com despesa do governo que o crescimento virá. As exportações já tiveram um ajuste importante, crescimento de 6% em volume, e as importações continuam caindo em termos de volume. Mas o setor externo tem participação pequena como porcentagem do PIB. Para sairmos de um PIB de -3,5% para um de 0,5% ou 1%, precisamos de taxas de investimento privado com alta de 15% a 20%. Mas as condições financeiras das empresas estão em outro ciclo.

    Que ciclo seria?

    O ciclo tardio de um excesso de alavancagem. As empresas – e a aí se incluem empresas do setor privado, estatais e mistas – estão sobre-endividadas. A dívida corporativa brasileira chega a R$ 3,6 trilhões – 22% maior que toda a dívida doméstica e externa do Tesouro Nacional.

    (...)

    Você precisa atuar em três grandes áreas. Primeiro, evitar a deterioração do que já está ruim. Estou falando do complexo óleo e gás, do setor de energia, da parte que está envolvida na Lava Jato. Isso é muito importante. Quando a gente olha, na economia brasileira, 50 anos de formação bruta de capital fixo (indicador que mede a capacidade produtiva), vê que metade vem de empreiteiras, vem do setor da construção. É preciso uma coordenação entre a área econômica e a jurídica do governo para resolver o problema dessas empresas.

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