Plataforma de rastreabilidade de café é lançada para impulsionar o segmento
Produtos com Indicação Geográfica (IG) ganham ferramenta que ampliará acesso a mercados nacionais e estrangeiros
Renata Mariz, Agência Sebrae - A plataforma Origem Controlada Café, que faz a rastreabilidade dos produtos com Indicação Geográfica (IG) deste segmento, foi lançada nesta quinta-feira (21) na Semana Internacional do Café, que ocorre em Belo Horizonte. O sistema, que reúne e monitora dados sobre 15 IGs brasileiras de café, supre uma necessidade de mais de 100 mil produtores espalhados por 424 municípios. A partir dessa ferramenta, eles estarão mais aptos a vender seus produtos internamente e para o mercado internacional.
“A rastreabilidade é uma exigência do mercado. Hoje, o comprador do exterior quer todos os dados do produto com origem controlada. E a plataforma consegue dar essas respostas, informando quem produz, onde, a qualidade, características sensoriais dos cafés que têm IG, além de vários outras informações técnicas”, explicou Hulda Giesbrecht, analista de Inovação do Sebrae.
Também participaram do lançamento Antonio Tafuri, analista da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), e Marina Zimmerman, assessora técnica do Instituto CNA. A plataforma é resultado de um projeto desenvolvido em conjunto pelo Sebrae, ABDI e Instituto CNA. Até agora, 15 IGs de café aderiram – apenas uma no Brasil ainda não integra o sistema.
Fazem parte da plataforma as seguintes IGs: Alta Mogiana, Campo das Vertentes, Canastra, Caparaó, Chapada Diamantina, Espírito Santo (conilon), Mantiqueira de Minas, Matas de Minas, Matas de Rondônia (robusta amazônico), Montanhas do Espírito Santo, Norte Pioneiro do Paraná, Região de Garça, Região do Cerrado Mineiro, Região de Pinhal e Sudoeste de Minas.
O registro de Indicação Geográfica (IG) é concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) para atestar que um determinado produto ou serviço tem qualidades especiais graças à origem geográfica. Com as IGs, os produtos são mais valorizados e as regiões produtoras podem se beneficiar coletivamente. "A IG torna possível que o produtor se empodere. E a plataforma, que foi um trabalho coletivo, vem para auxiliar ainda mais esses empreendedores do café. Foram dois anos de trabalho feito com os produtores e para os produtores. É isso que diferencia essa ferramenta lançada hoje", afirma.
A analista, chamada por Tafuri, da ABDI, de “a mãe das IGs no Brasil” e “maior referência do país no assunto”, durante o evento, destaca que a plataforma deve se estender a outras cadeias produtivas de IGs, como mel, queijo, vinhos, por exemplo. “Será desenvolvida a partir das necessidades de cada cadeia, mas, sem dúvida, a plataforma do café nos dá um aprendizado importante para os novos projetos”, diz Hulda.
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