"A burguesia brasileira aceitaria um golpe de estado", diz Alysson Mascaro
"Golpe de estado para a burguesia é chicote nas costas dos outros. É carne para cachorro sedento", acrescenta
247 – O jurista Alysson Mascaro, professor da Universidade de São Paulo, avaliou, em entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, a encruzilhada história do Brasil, enquanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta restaurar o pacto democrático e Jair Bolsonaro retoma, com ajuda dos militares, suas ameaças golpistas. "A burguesia brasileira aceitaria um golpe de estado. Golpe de estado para a burguesia é chicote nas costas dos outros. É carne para cachorro sedento", diz ele.
Mascaro também afirmou que a conciliação entre capital e trabalho não é mais possível. "A única saída para enfrentar o capital é a mobilização de massas. Disputar eleições com o respeito de instituições controladas pelo capital é o piso e também o teto da esquerda no Brasil", acrescentou.
Na entrevista, o professor falou sobre o quadro político na América Latina. "A Colômbia de 2022, onde Gustavo Petro venceu, me lembrou muito o Brasil de 1989. No Chile, Gabriel Boric não está muito ligado a mudanças materiais. Por isso, ele pode se dissolver. Conquistas negociadas com os liberais são muito pequenas e fugazes", apontou.
O professor também afirmou que não há momento ideal para se chegar ao socialismo. "Todo momento tem as contradições insolúveis do capitalismo e a América Latina já está na onda de desencanto do neoliberalismo. Mascaro disse ainda que Lula, caso vença as eleições, poderá ser Pelé ou Garrincha, na relação com o grande capital. Pelé, ainda que craque, traria lances já conhecidos, enquanto Garrincha poderia desconcertar a burguesia brasileira.
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