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    Folha reabre jornalismo de guerra contra o PT e usa como pretexto mudança na Lei das Estatais

    Jornal diz, em editorial, que mudança foi feita para abrigar um companheiro, referindo-se a Aloizio Mercadante, que é defendido pela CNI

    (Foto: Divulgação)

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    247 – O jornal Folha de S. Paulo, que apoiou o golpe de estado de 2016 contra a ex-presidente Dilma Rousseff, retomou o jornalismo de guerra contra o Partido dos Trabalhadores, usando como pretexto a mudança na Lei das Estatais, articulada por parlamentares do centrão.
    "Os sinais até aqui apresentados pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, para a gestão da economia e das finanças públicas se limitam ao que de pior se conhece das administrações petistas. O partido correu a apossar-se dos cargos mais importantes já distribuídos. Apresentou uma proposta de aumento desmesurado de despesas que, tudo indica, não passou pelo escrutínio de especialistas de outras correntes de pensamento", publicou a Folha, em editorial.

    "Ao que já era temerário acrescentou-se a desfaçatez com a investida contra a Lei das Estatais, na calada da noite desta terça-feira (13), a fim de facilitar a nomeação de um companheiro de campanha eleitoral para o comando do BNDES – o banco oficial de fomento que protagonizou desastres intervencionistas nos governos do PT", acrescentou o editorialista.

    Na prática, a Folha defende a linha que vem sendo adotada no BNDES desde o golpe de 2016, quando o banco passou praticamente a assessorar privatizações, deixando de financiar grandes investimentos produtivos. "Se não reconhecer que há avanços a preservar, como soube fazer há 20 anos, Lula subordinará a política econômica a obsessões ideológicas e conveniências partidárias. Encurta-se o tempo para demonstrar que aprendeu algo com seus acertos do passado", finaliza o editorialista.

    Ontem, a assessoria de Mercadante esclareceu que sua nomeação, apoiada pela Confederação Nacional da Indústria, independe de mudança na Lei das Estatais nos seguintes termos:

    Sobre a indicação do ex-ministro Aloizio Mercadante para a presidência do BNDES,  confirmada pelo presidente eleito e diplomado Luiz Inácio Lula da Silva nesta terça-feira (13), esclarecemos que: 

    O inciso II do §2º do art. 17 da Lei das Estatais veda a indicação “de pessoa que atuou, nos últimos 36 (trinta e seis) meses, como participante de estrutura decisória de partido político ou em trabalho vinculado a organização, estruturação e realização de campanha eleitoral”;

    Neste sentido,  informamos que Aloizio Mercadante ocupa o cargo de presidente da Fundação Perseu Abramo, fundação que não faz parte da estrutura decisória do PT;

    Mercadante não exerceu qualquer função remunerada na campanha vitoriosa do Presidente Lula, não tendo sido vinculado a qualquer atividade de organização, estruturação ou realização da campanha;

    Na campanha, o ex-ministro limitou-se a colaborar para a elaboração do programa de governo, função esta não abarcada nas limitações da Lei das Estatais;

    Por fim, como é de conhecimento público, Aloizio Mercadante é doutor em economia e possui notório saber na área de atuação do BNDES.

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