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    Mauro Ostwald: queda do petróleo pode ser estratégia para mudança de regime na Venezuela

    Em entrevista à TV 247, o consultor Mauro Ostwald, que trabalha no mercado financeiro, comentou a situação dramática dos mercados nesta segunda-feira, 9, e os impactos do agravamento da epidemia do coronavírus e queda do petróleo como uma possível estratégia para atacar o governo venezuelano

    Mauro Ostwald / Nicolas Maduro (Foto: Reuters | Reprodução)

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    247 - O empresário e consultor Mauro Ostwald, que atua no mercado financeiro da Holanda, comentou a situação dramática dos mercados nesta segunda-feira 9 em participação na TV 247. Foi discutido no programa a forte queda das bolsas de valores internacionais desde o início do dia, os impactos do agravamento da epidemia do coronavírus e queda do petróleo como uma possível estratégia para atacar o governo venezuelano. 

    O Índice da Bolsa de Valores do Estado de São Paulo (Ibovespa) no negativo, com queda acima de 10%, e também da Bolsa de Milão (com queda de 11%) revela a gravidade da conjuntura mundial, segundo o entrevistado. Soma-se a isso o aprofundamento da epidemia do coronavírus, que atinge já mais de 100 países com cerca de 109 mil casos.Na Ásia e na Europa a situação está crítica. “A Itália e a Coreia do Sul estão se revezando na segunda colocação” de país com mais casos confirmados da doença, ficando atrás apenas da China, onde surgiu a epidemia, destacou. Ele afirmou que no país europeu o índice de letalidade da doença é maior que a média mundial, já que corresponde a 5% dos infectados.

    Por isso, a Itália decidiu colocar o país inteiro em quarentena. As movimentações só são permitidas em caso de urgência e para ir trabalhar. Todas as escolas do país estão fechadas até o dia 3 de abril, afetando milhões de pessoas. Para Ostwald, entretanto, a crise na Europa não se resume à Itália. “A França está estudando fazer a mesma coisa. A Bolsa francesa caiu 12%, por causa do risco de quarentena. Na Alemanha e na França conglomerações de mais de 1000 pessoas estão proibidas”, afirmou. 

    No continente americano, a situação também é dramática, já que nos Estados Unidos, já há mais de 500 casos e cerca de 35 Estados, com um índice de letalidade de 3,9% - também maior que a média mundial. Só no Estado de Washington, a letalidade é a maior de mundo, de 15%, declarou. No mundo, estima-se que 450 milhões de pessoas podem ser afetadas pelo fechamento das escolas, reforçou. Eventos estão sendo cancelados em vários cantos do mundo. Isso tudo está afetando as bolsas de valores.

    Crise do petróleo: uma estratégia para atacar a Venezuela?

    Também foi discutida a crise do petróleo com o acirramento das tensões entre Arábia Saudita e EUA contra a Rússia. Diante do não acatamento das mudanças impostas pelo país árabe aos russos, os sauditas decidiram colocar um desconto de 20% no preço do óleo, fazendo desabar o preço do barril para 31 dólares. Segundo Mauro Ostwald, analistas inclusive colocam que o preço dos barris, com as tensões, pode cair ainda mais até atingir o valor de 20 dólares.

    Por conta disso, inclusive, a Petrobras fechou com 30% de queda, a maior da história. Para o analista, “dificilmente a empresa se recupera em curto ou a médio prazo”, até porque o coronavírus está se expandindo, o que pode afetar ainda mais os investimentos na empresa, alertou. Para ele, “aumentou demais o risco de recessão mundial, e o Brasil não está preparado para isso”. Ostwald também disse que a nova “crise vai ser pior que a [crise] de 2008”. “Um tsunami vai engolir o Brasil” reforçou.

    Para Mauro Ostwald, a ação da Arábia Saudita tem um fator geopolítico. Ele levanta a suspeita de que seja uma movimento estratégico para instaurar uma crise na Venezuela, que tem a maior reserva petrolífera do mundo, e assim derrubar o atual governo. Em sua avaliação, pode haver uma relação entre a queda do preço do petróleo, a recente reunião de Jair Bolsonaro e Donald Trump para estabelecer um acordo militar contra a Venezuela e o ataque brasileiro que determinou a remoção de quatro diplomatas e 11 oficiais de chancelaria brasileiros do país vizinho.

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