Refugiados retornam à Síria após nomeação de primeiro-ministro interino
Com os países europeus suspendendo os pedidos de asilo de sírios, alguns refugiados da Turquia e de outros lugares começaram a voltar para casa
Reuters - Refugiados da longa guerra civil da Síria estavam voltando para casa nesta quarta-feira (11), enquanto um novo primeiro-ministro interino anunciou que foi nomeado com o apoio dos grupos armados que derrubaram o presidente Bashar al-Assad.
Autoridades dos EUA, conversando com o grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS), considerado como uma organização terrorista pelos Estados UNidos, outros países e a ONU, pediram que eles não assumissem a liderança automática do país, mas, em vez disso, conduzissem um processo inclusivo para formar um governo de transição.
O novo governo deve "manter compromissos claros de respeitar integralmente os direitos das minorias, facilitar o fluxo de assistência humanitária a todos os necessitados, impedir que a Síria seja usada como base para o terrorismo ou represente uma ameaça aos seus vizinhos", disse o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, em um comunicado.
O HTS é um antigo afiliado da Al Qaeda que liderou a revolta anti-Assad e recentemente minimizou suas raízes jihadistas.
Em um breve discurso na televisão estatal na terça-feira, Mohammed al-Bashir, uma figura pouco conhecida na maior parte da Síria, disse que lideraria a autoridade interina até 1º de março.
"Hoje realizamos uma reunião de gabinete que incluiu uma equipe do governo da Salvação, que estava trabalhando em Idlib e arredores, e o governo do regime deposto", disse ele.
Bashir comandou o Governo da Salvação liderado pelos grupos armados rebeldes antes da ofensiva de 12 dias que varreu Damasco.
Atrás dele havia duas bandeiras: a verde, preta e branca, hasteada pelos oponentes de Assad durante a guerra civil, e uma bandeira branca com o juramento de fé islâmico em letras pretas, normalmente hasteada na Síria por combatentes islâmicos sunitas.
Reconstrução massiva
Reconstruir a Síria será uma tarefa colossal após uma guerra civil que matou centenas de milhares de pessoas. Cidades foram bombardeadas até virarem ruínas, áreas rurais despovoadas, a economia destruída por sanções internacionais e milhões de refugiados ainda vivem em campos após um dos maiores deslocamentos dos tempos modernos.
Com os países europeus suspendendo os pedidos de asilo de sírios, alguns refugiados da Turquia e de outros lugares começaram a voltar para casa.
Na capital síria, Damasco, os bancos reabriram pela primeira vez desde a derrubada de Assad na terça-feira. As lojas também reabriram, o trânsito voltou às ruas, faxineiros estavam varrendo as ruas e havia menos homens armados por perto.
O vice-conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jon Finer, disse à Reuters que Washington ainda está decidindo como irá se envolver com os grupos armados e acrescentou que até agora não houve nenhuma mudança formal de política e que as ações são o que contam.
Finer disse que as tropas americanas no nordeste da Síria, como parte de uma missão antiterrorismo, ficariam lá , e o principal general americano responsável pelo Oriente Médio as visitou na terça-feira.
O porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, se recusou a dizer se Washington mudaria a designação do HTS como uma organização terrorista estrangeira, o que impede os EUA de ajudá-lo.
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