Reinaldo: Bolsonaro tentou exibir troféu Battisti, mas foi malsucedido

O jornalista Reinaldo Azevedo afirma que "o governo de Jair Bolsonaro tentou pegar carona na prisão de Cesare Battisti"; "Augusto Heleno, chefe do GSI (Gabinete da Segurança Institucional), chegou a anunciar que o terrorista seria enviado ao Brasil para, então, ser extraditado para a Itália. Não havia nenhuma razão técnica ou jurídica para que isso acontecesse", diz

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247 -  O jornalista Reinaldo Azevedo afirma em seu blog no Uol que "O governo de Jair Bolsonaro tentou pegar carona na prisão de Cesare Battisti". "Augusto Heleno, chefe do GSI (Gabinete da Segurança Institucional), chegou a anunciar que o terrorista seria enviado ao Brasil para, então, ser extraditado para a Itália. Não havia nenhuma razão técnica ou jurídica para que isso acontecesse. Tratava-se apenas de exibir um troféu. Bolsonaro apareceria na fotografia com Battisti nos dentes. Para os mistificadores das redes sociais, no entanto, bastaria: ali estaria o homem que venceu o facínora. Não rolou desse modo. De resto, há duas considerações a fazer: 1) em matéria de populismo barato, fica difícil competir com o governo italiano, que não quis dividir o peixe com Bolsonaro; 2) o governo da Itália temeu alguma, digamos, “surpresa” judicial por aqui. Ao contrário do que supõem alguns, a reputação de Banânia, a pátria amada, no quesito “segurança jurídica”, não anda lá essas coisas mundo afora. O governo de Evo Morales facilitou as coisas para os italianos: como Battisti havia entrado ilegalmente na Bolívia, bastava a expulsão. Para onde? Ora, para a Itália", disse. 

"Para não variar o padrão destas duas primeiras semanas, o governo Bolsonaro conseguiu deixar as digitais da inabilidade e da inexperiência até mesmo em um episódio que não lhe dizia respeito. A Polícia Federal, subordinada a Sérgio Moro, ministro da Justiça e da Segurança Pública, chegou a despachar um avião para Santa Cruz de La Sierra. Para quê? Pra nada. Gasto inútil de combustível e de recursos humanos. Era só parte da disputa pelos despojos de Cesare Battisti. Não deu certo. Restou ao governo, por intermédio do Itamaraty e do Ministério da Justiça, emitir uma nota de satisfação pelo ocorrido. O mesmo fez Bolsonaro por meio das redes sociais. O presidente brasileiro não vai conseguir ser fotografado com o peixe na boca, como pretendiam os mistificadores nas redes sociais", avalia Reinaldo. 

Azevedo também critica a postura do STF. "foi Michel Temer ao decretar a extradição de Battisti depois que o ministro Luiz Fux, do Supremo, cassou uma liminar que ele próprio havia concedido, em 2017, e determinou, no dia 13 de dezembro do ano passado, a prisão do terrorista italiano. O mais curioso: quando Fux concedeu a medida cautelar, decidiu que a palavra final sobre o habeas corpus que impedia a extradição seria do pleno do Supremo — vale dizer: do conjunto dos ministros. Uma das especialidades de Fux, no entanto, é mudar as decisões de… Fux. De maneira monocrática, sem submeter a questão a seus pares, cassou a própria liminar, mandou prender Battisti e anunciou que o italiano ficaria à disposição de Temer para eventual extradição. O então presidente assinou o decreto no dia seguinte, 14 de dezembro. Battisti já havia dado no pé".

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