Datafolha recoloca Marta candidata a governadora

Ministra da Cultura dá banho nos demais concorrentes e, com folga, é escolhida a melhor prefeita de São Paulo dos últimos 30 anos; título pode ter peso decisivo na escolha que ex-presidente Lula irá fazer sobre qual petista irá concorrer contra o tucano Geraldo Alckmin em 2014; diante da maturidade eleitoral de Marta, os pré-candidatos Guido Mantega, Alexandre Padilha e Luiz Marinho estão verdes; caso Lula não queira a postulação para si mesmo, nunca foi tão fácil escolher Marta para vencer a eleição mais sonhada pelo PT

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247 - O ex-presidente Lula acaba de ganhar um elemento de peso para a escolha que irá fazer, no próximo ano, sobre quem será o candidato do PT ao governo de São Paulo. Caso não queira ela próprio concorrer ao cargo, o que é uma possibilidade concreta, cresceram as dificuldades para Lula apontar para outro lado que não o da ministra da Cultura, Marta Suplicy. Ela acaba de vencer uma pesquisa Datafolha, na capital paulista, sobre quem foi, afinal, o melhor prefeito da cidade nos últimos 30 anos. Enfrentando nomes como os tucanos Mario Covas (1930-2001), José Serra, a socialista Luiza Erundina, o pessedista Gilberto Kassab e Paulo Maluf (PP) e seu discípulo Celso Pitta (1946-2009), Marta bateu a todos com larga margem, obtendo 25% contra 16% e 15% para os segundo e terceiro colocados (Covas e Serra).

Dentro do PT, a ministra da Cultura terá de passar pelo crivo de Lula para reconquistar a preferência partidária. Ela foi preterida em 2010, quando lançou sua candidatura a prefeita, pelo então ministro da Educação, Fernando Haddad. Lula ordenou que Haddad fosse o candidato, o partido atendeu e Haddad, por fim, venceu a eleição. Resignada, Marta renunciou à disputa interna no meio do caminho.

O mesmo processo deverá ocorrer sobre a escolha do candidato petista a governador. Lula terá o baralho inteiro nas mãos e baixará a carta que desejar. Deste jogo fazem parte o atual prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, além da própria Marta.

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Descartou-se, de própria voz, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, que avisou que não quer ser candidato para mergulhar em suas tarefas no governo federal. Ontem, 1º de maio, em rede nacional de tevê, a presidente Dilma anunciou que o foco de seu governo, nesta última quadra de primeiro mandato, será feito na Educação. Mercadante, portanto, está fora da disputa por São Paulo.

No baralho de Lula, lembre-se, o próprio Lula é o curinga, valendo sozinho mais que todos os outros.

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MARINHO - o compadre de Lula Luiz Marinho quer muito ser o candidato. Trabalha para isso, com uma administração operosa em São Bernardo do Campo. Apesar da experiência administrativa que vai acumulado, ele ainda terá de ser apresentado para a grande maioria do eleitorado, uma vez que não figura como candidato viável, hoje, nas pesquisas de intenção de voto feitas pelo partido. Isso não impediu Lula, dois anos atrás, de escolher Haddad, que vivia a mesma situação, mas talvez ele reflita, pelo dito popular, que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar. A ver.

PADILHA - O ministro Alexandre Padilha tem trânsito livre na máquina partidária, mas transferiu seu domicílio eleitoral para o Pará em razão de missões petistas. Ainda não o trouxe de volta. Evitou fazer isso em 2010 para não ser confundido como postulante ao cargo de prefeito de São Paulo, que estava reservado a Haddad. Padilha tem a preferência pessoal de Lula, mas carrega um contra-peso: a área da Saúde é que tem a pior avaliação popular no governo Dilma. É uma missão impossível corrigir essa percepção nos 17 meses que faltam para a eleição. Pode ser, por isso, que Lula tire o pé dessa candidatura.

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MANTEGA - A prosseguir a situação de crescimento abaixo das expectativas do PIB, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, terá dificuldades em deixar o cargo para concorrer a governador. Mas ele é sim uma alternativa com que Lula trabalha para concorrer ao governo do Estado mais industrializado do País. O perfil de capitão de uma economia que gerou 19 milhões de empregos é, de fato, adequado para tentar empolgar as elites e as bases do eleitorado paulista, mas Mantega ainda depende de haver crescimento robusto nos próximos meses para ter segurança suficiente em trocar o posto de chefe de política econômica pelo de candidato em São Paulo.

MARTA - Marta, por seu lado, vive seu melhor momento. Ela reagiu com a disciplina esperada à carona que lhe aplicada por Lula, ao preferir Haddad em lugar dela, que era a líder disparada nas pesquisas para a prefeitura da capital em 2010. Ao assumir, como espécie de prêmio de consolação, o Ministério da Cultura, ela não se acomodou. Ao contrário. Marta dinamizou a pasta, que sofria um turbilhão de críticas na gestão da antecessora Ana de Holanda. Ao criar o Vale Cultura, a nova ministra inovou num tema caro ao PT – o do subsídio direto contra a pobreza --, acrescentando renda no bolso do público e, assim, agradando a influente classe artística. Uma das confidentes da presidente Dilma, Marta voltou a se aproximar do ex-presidente Lula, com quem nunca rompeu. Ambos têm conversado com frequência. O comportamento de Marta na campanha de Haddad, carregando o candidato por seus redutos eleitorais na periferia, foi considerado fundamental pelo partido para a vitória do atual prefeito. A ministra, ainda, talvez seja, na elite petista, a mais próxima e querida da população mais pobre. Com grandes redutos consolidados na populosa periferia da capital, Marta é vista como espécie de superstar nas cidades do interior. Fazer uma campanha dinâmica, alegre e desenvolvimentista já seria fácil para o PT com ela como candidata. Agora, com o título para Marta de melhor prefeita de São Paulo nos últimos 30 anos, ficou mais fácil ainda.

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