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Brasília

Congressistas repudiam fala de Guedes sobre empregadas: “O Brasil é uma senzala?”

A declaração de Paulo Guedes que a valorização do real havia criado “uma festa danada”, permitindo que até ‘empregadas domésticas fossem à Disney', caiu como uma bomba em um Congresso lotado nesta quarta-feira (12).

Ministro da Economia Paulo Guedes (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)
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Por Nathalia Bignon, para o 247 - A reação à afirmação do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que o “dólar um pouco mais alto é bom para todo mundo”, veio a galope. No mesmo dia em que justificou que havia sido mal interpretado por usar o termo "parasita" ao defender a reforma administrativa e que a moeda americana bateu um novo recorde, a declaração de que a valorização do real havia criado “uma festa danada”, permitindo que até ‘empregadas domésticas fossem à Disney', caiu como uma bomba em um Congresso lotado nesta quarta-feira (12). 

Hoje, parlamentares foram às redes sociais para condenar a fala do número 1 da pasta.  “Incrível o nível degradado desse governo de Jair Messias Bolsonaro. Um bando que tem aversão a pobres, cultua ditadores, mantém relações perigosas com criminosos, milicianos, detesta e persegue a educação e a ciência... E viva todas as empregadas domésticas do Brasil! O mínimo que o presidente poderia fazer agora seria pedir desculpas em nome do governo e repudiar publicamente a idiotice preconceituosa de seu principal ministro”, declarou o vice-líder do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry (MA). 

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A opinião de Jerry foi a mesma defendida pelos também deputados do PSB, Gervásio Maia (PB) e Alessandro Molon (RJ). “A cada dia nos convencemos mais que o plano de Paulo Guedes é acabar com direitos dos pobres desse país”, afirmou Maia. “Guedes quer um Brasil que sirva apenas aos mais ricos. Depois de chamar os servidores de ‘parasitas', o ministro de Bolsonaro destila novamente seu preconceito. É inacreditável que a política cambial do país seja justificada no preconceito do ministro. Luto todo dia contra as loucuras desse governo, por um Brasil sem desigualdades!”, acrescentou Molon. 

Desprezo

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Depois de classificar o episódio como um novo “ataque” do economista, o líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que a fala simboliza o desprezo do atual governo com trabalhadores brasileiros.  “É  uma ofensa à capacidade de qualquer trabalhador de realizar o sonho que quiser! Além dos ‘parasitas', pobres e das domésticas, quem mais será criminalizado pelo buraco econômico do Brasil? Um projeto de poder que despreza os mais pobres. Despreza o direito que todos tem ao bem-estar, à felicidade. Cada vez que ele abre a boca ele nos confirma que realmente faz parte do governo Bolsonaro”, sentenciou. Lista de controvérsiasLíder do PDT na Câmara, deputado André Figueiredo (CE) não poupou na crítica. “Esse Ministro Pateta dá mais uma demonstração de preconceito inadmissível. Impressionante o festival de absurdos desse lacaio do rentismo fascista”. Pompeo de Mattos, do PDT-RS fez questão de enumerar as controvérsias protagonizadas pelo ministro. “Guedes se especializou em dizer bobagem. Falou mal da primeira-dama da França. Chamou funcionários públicos de parasitas. Pediu novo AI-5. E agora desqualifica doméstica, que estava indo a Miami pelo dólar baixo. Ao invés de cuidar da economia, fica dizendo besteira”. 

Ex-doméstica, a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) atribuiu ao seu partido as conquistas da classe. “Respeite as trabalhadoras domésticas, ministro. E se elas estão indo para a Disney e os filhos delas para a universidade foi porque os governos do PT possibilitaram esse acesso que o seu governo racista e preconceituoso vem destruindo”, apontou. 

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Companheiro de partido, Carlos Veras (PE) reiterou a fala da colega. “A fala do ministro de Bolsonaro explica a perseguição ao Partido dos Trabalhadores. O crime que o PT cometeu, que incomodou tanto as elites, foi incluir o pobre na economia do país”.SenzalaNo Senado, Paulo Paim (PT-RS) chamou de crueldade a postura . “Crueldade, discriminação do governo. Não há compaixão, humanidade. Desqualificam as domésticas, servidores são 'parasitas', atacam trabalhadores. A MP 905 mexe no FGTS, no 13º, nas férias, acaba com o registro de jornalista, de corretor de seguros, e outros. O Brasil é uma senzala?”, questionou.

Outra a mencionar o termo foi a recém-chegada à Câmara, deputada Tábata Amaral (PDT-SP). “Paulo Guedes revela seu preconceito, racismo e sua visão de senhor da senzala. Governo digno trabalha para que todos possam viajar e ser feliz. Trabalha para garantir oportunidades e direitos iguais a todos os brasileiros”, defendeu. Fundos de pensãoFazendo menção aos escândalos e denúncias de fraudes em fundos de pensão atribuídas a Guedes, Marcelo Freixo (PSOL-RJ) classificou a fala como “inacreditável”. “O ódio e o desprezo que Paulo Guedes tem pelos brasileiros pobres é repugnante. Esse banqueiro parasita que fez fortuna fraudando fundos de pensão é a cara do governo Bolsonaro.

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Talíria Petrone, do PSOL-RJ, recorreu à doutrina política para explicar o viés liberal defendido por Guedes. “Os liberais querem passar a impressão de que representam uma visão econômica neutra e científica. Uma falácia. Quando na verdade têm uma fórmula antiga de profundos vínculos com a supremacia branca, o patriarcado e os interesses das classes mais ricas”.

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