Alckmin para influenciador goiano: "gostei das propostas em defesa dos direitos das pessoas com deficiência"
João Vitor de Paiva Bittencourt levou ao vice-presidente um documento com 21 propostas em defesa dos direitos das pessoas com deficiências físicas ou intelectuais
247 - O influenciador digital e ativista goiano pelos direitos das pessoas com deficiências físicas ou intelectuais e contra o capacitismo João Vitor de Paiva Bittencourt, 22, entregou ao vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB), um documento com 21 propostas (veja ao final do texto), em audiência nesta quarta-feira (24), em Brasília. O encontro aconteceu no gabinete do ministro, na Esplanada dos Ministérios. O secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça e ex-deputado federal por Goiás, Elias Vaz, também estava presente, assim como o secretário da Micro e Pequena Empresa e Empreendedorismo do MDIC, Milton Coelho.
A reunião transcorreu em clima descontraído e sem formalidades. Depois de ler a íntegra do documento, o vice-presidente disse: "gostei das propostas. Vamos trabalhar para tentar colocá-las em prática". Ele também elogiou a iniciativa.
O professor e especialista em Educação Inclusiva Felipe Ungarelli acompanhou a conversa e apresentou proposta para o incentivo a estudantes universitários se inscreverem como docentes de apoio.
João Vitor é estudante do quinto período de Educação Física da PUC-Goiás. Ele ganhou visibilidade nas redes recentemente ao postar um vídeo sobre a rotina dele na faculdade. Em 24 horas, teve mais de 500 mil visualizações. A partir daí, virou tema de reportagens em rádios, TVs e jornais. Agora, ele aproveita a popularidade para defender os direitos das pessoas com deficiências e lutar contra o capacitismo, que é a discriminação e o preconceito social contra pessoas com alguma deficiência. Em sociedades capacitistas, a ausência de qualquer deficiência é vista como o normal, e pessoas com alguma deficiência são entendidas como exceções. Ele diz querer ser o porta-voz das pessoas com deficiência física ou intelectual.
Veja as propostas:
- Construção de casas de apoio às pessoas com deficiências intelectuais e físicas e aos respectivos pais, com oferta de atendimento de profissionais nas áreas psicológica, psicomotor, fonoaudiologia, terapias ocupacionais, entre outras, nas 27 capitais e no Distrito Federal, a princípio;
- Garantir a presença de professores de apoio nas salas de aula;
- Criação de programas de treinamento e capacitação profissional para pessoas com deficiências física e intelectual no Sistema S (Sesi, Senai, Sesc, Senac, Senar);
- Criação de programas direcionados a pessoas com deficiências física e intelectual é às famílias delas para criação de micros e pequenas empresas no Sebrae;
- Tipificação como crime de atos de discriminação ou preconceito contra pessoas com deficiências física e intelectual. É normal por exemplo o uso de termos pejorativos para se referir a essas pessoas, ou o uso de expressões como “autista” para criticar uma pessoa;
- Criação do regime de cotas para ingresso no ensino superior, bem como das condições que as pessoas com deficiências física ou intelectual possam estudar;
- Criação do regime de cotas no quantitativo de candidatos a cargos eletivos;
- Ampliação da lei que reserva vagas para contratação de pessoas com deficiências física e intelectual;
- Abertura de linhas de crédito nos bancos oficiais, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil entre outros, para financiamento para abertura de micros e pequenas empresas por familiares de pessoas com deficiência física e intelectual;
- Criação da Bolsa Inclusão em valor a ser definido para famílias carentes responsáveis por pessoas com deficiências física e intelectual;
- Dedução do Imposto de Renda de gastos com pessoas com deficiência física e intelectual;
- Criação de um prêmio, por meio de repasse financeiro, para municípios e governos estaduais que investirem no apoio a pessoas com deficiências física e intelectual;
- Criação de obrigatoriedade de repasse de um percentual das receitas federal, estaduais e municipais a entidades sem fins lucrativos que cuidem de pessoas com deficiências física e intelectual, como a Apae, por exemplo;
- Criação de campanhas educativas de respeito e esclarecimento sobre os direitos das pessoas com deficiências física e intelectual nas emissoras com concessão de rádio e TV;
- Oferta de apoio e acompanhamento psicológicos às pessoas com deficiências física e intelectual e seus familiares;
- Garantia de oferecimento de suporte multidisciplinar nas escolas e faculdades para pessoas com deficiências física e intelectual, tais como profissionais em fonoaudiologia, terapia ocupacional e locomotora;
- Criação de um programa nacional de esportes para pessoas com deficiências física e intelectual;
- Criação das Olimpíadas da Inclusão, a ser disputada por pessoas com deficiências física e intelectual a cada quatro anos;
- Fortalecimento efetivo do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência - Conade;
- Criação do selo Amigo da Inclusão para premiar pessoas, entidades públicas ou privadas, empresas, organizações não governamentais, e governos nos âmbitos estaduais e municipais, que invistam em ações para combater o preconceito e incentivar a inclusão social de pessoas com deficiências física ou intelectual;
- Abertura de linhas de crédito especiais no BNDES para empresas que recebam o selo Amigo da Inclusão.
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