Morador de área de risco terá que assumir responsabilidade
As fortes chuvas que caíram em Maceió nas últimas semanas motivaram a Defesa Civil a criar um documento responsabilizando moradores de áreas de risco que se recusarem a sair de suas casas. Dessa forma, em caso de acidente, o órgão terá como comprovar ao Ministério Público que a família foi alertada do perigo e ainda assim resolveu permanecer.
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Alagoas247 – As fortes chuvas que caíram em Maceió nas últimas semanas motivaram a Defesa Civil a criar um documento responsabilizando moradores de áreas de risco que se recusarem a sair de suas casas. Com isso, em caso de acidente nos locais, o órgão terá como comprovar ao Ministério Público, por meio de um Termo de Responsabilidade, que a família foi alertada do perigo e ainda assim resolveu permanecer nas residências
Durante o período chuvoso, a Defesa Civil já demoliu cinco casas com alto risco de desabamento, 13 famílias foram cadastradas no Aluguel Social da prefeitura e, até agora, nenhum morador recusou sair de locais perigosos. Mas, segundo o coordenador de emergência do órgão, Paulo Noronha, a Defesa Civil precisava de uma garantia válida para Justiça responsabilizando a família que resolver ficar na área de risco. “Caso aconteça algum acidente com essa família, por exemplo, e o Ministério Público resolver investigar quem é o responsável por esses moradores terem continuado no local, nós teremos como provar que eles foram avisados do risco e aconselhados a deixar a área”, justificou.
Algumas famílias, no entanto, podem até concordar em sair do local durante a vistoria da Defesa Civil, mas voltam atrás quando percebem que não tem para onde ir e podem até perder suas casas.
Depois de ver a casa do um vizinho sendo demolida pela Defesa Civil por risco de desabamento, Ana Rita da Silva, moradora de uma grota no Ouro Preto, ficou com medo de sair da casa onde mora com duas filhas e cinco netos. “O pessoal que demoliu a casa do vizinho falou que era para eu procurar a prefeitura para fazer o cadastro do Aluguel Social. Eu disse que ia, mas fiquei com medo de eles derrubarem a minha casa também e não fui”, contou. Ana Rita mora no final da grota, ao lado de um córrego que invade sua casa todas as vezes que chove, e por isso foi aconselhada a se cadastrar no Aluguel Social, mas afirma que não assinou nenhum papel quando recebeu a orientação da Defesa Civil.
De acordo com o coordenador Paulo Noronha, as regiões do Ouro Preto, a grota do São Rafael e Mutange foram consideradas áreas de alto risco pela Defesa Civil. Em Flexal de Cima, no bairro do Bebedouro, outro local considerado crítico pelo órgão, duas pessoas ficaram parcialmente soterradas depois que uma barreira deslizou e derrubou o muro da casa. O casal foi socorrido pelos próprios vizinhos até a chegada dos bombeiros.
Apesar da situação de alerta vivida pela população, as chuvas devem dar uma trégua nos próximos meses. “Em reunião com os meteorologistas, eles informaram que esperam que o índice pluviométrico fique entre fraco e moderado. O problema é que nas últimas semanas tem chovido muito em um curto espaço de tempo, mas os próximos meses devem ser tranquilos”, afirmou Noronha.
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