Barbosa acusa deputado, MPE e TJ de envolvimento com exterminadores
Suspeito de liderar um grupo de extermínio em Maceió, Junior Barbosa prestou depoimento e acusou o deputado estadual Marcos Barbosa (PPS) de apoiar as ações dos assassinos, que também tinham o apoio de integrantes do Judiciário e do Ministério Público de Alagoas, cujos nomes são mantidos em sigilo pela polícia

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Alagoas247 - Após prestar um depoimento de mais de duas horas, na Delegacia Geral da Polícia Civil, nesta quinta-feira (21), o suspeito de liderar um grupo de extermínio Eliseu Barbosa de Oliveira, conhecido como Júnior Barbosa, afirmou que políticos, integrantes da Justiça e do Ministério Público de Alagoas tinham conhecimento e davam cobertura a crimes praticados na zona sul da capital. Além de confirmar a participação em três assassinatos, ele relatou um ritual macabro feito com corpos que davam entrada no Cemitério de São José, no Trapiche da Barra.
De acordo com ele, o grupo de extermínio atuava na região do Trapiche da Barra e do Vergel do Lago e contava com o apoio do deputado Marcos Barbosa (PPS) e da vereadora Silvania Barbosa (PPS). "Quando alguém começava a roubar ou traficar nas comunidades, o grupo pedia a permissão do parlamentar e eliminava as vítimas", afirmou Júnior Barbosa, que é sobrinho do deputado, mas teria rompido politicamente com ele na eleição de 2012, quando se candidatou a Câmara de Maceió e esperava contar como apoio do tio, transformando-se, então, em inimigos.
Júnior Barbosa diz ainda que Marcos Barbosa teria participação no crime do líder comunitário Baré Cola. Segundo ele, o deputado contava com o apoio de um magistrado e de um integrante do Ministério Público Estadual. No entanto, ele não revelou o nome desses supostos envolvidos. Se limitou a dizer que havia denunciado há cerca de dois anos esse grupo, mas lembrou que as investigações não avançaram.Também foi citado o nome de Kátia Barbosa, que é irmã de Marcos Barbosa.
"Além das mortes, aconteciam rituais macabros no Cemitério de São José [no Trapiche da Barra]. O nome de alguns políticos locais, como Kátia Born, Ronaldo Lessa e Cícero Almeida, eram colocados dentro da boca de corpos que davam entrada no cemitério. Os corpos eram enterrados com os nomes dos inimigos políticos dele", acrescentou Júnior, que exerceu a função de administrador no local.
MEDO DE MORRER - Durante a entrevista coletiva, Júnior Barbosa chorou e disse ter medo de ser morto dentro do sistema prisional. Ele garante que ouviu de Zé Moreno, apontado como um traficante que atua no Trapiche da Barra, um plano para executá-lo em apoio com Caetano, também apontado como traficante. "Eles disseram que receberam R$ 15 mil para me matar e que tinha que encontrar uma forma de executar o plano, que foi encomendado por Marcos Barbosa".
"Eu decidi falar, porque esta é a única forma que eu encontrei de me manter vivo. Sei que estou marcado para morrer e gostaria da proteção da polícia e do Ministério Público. Sou um caixão ambulante", ressalta o suspeito, que está preso no sistema prisional e, recentemente, deu entrada em um hospital particular com ferimentos no rosto. "Me agredi para a chamar a atenção. Bati minha cabeça para que alguém me observasse", completou.
A Polícia Civil, que estava representada pelos delegados Carlos Reis e Dênisson Albuquerque, anunciou que vai tentar uma forma de garantir a integridade física do acusado. Duas linhas de investigação estão em andamento: a primeira investiga os crimes praticados pelo grupo de extermínio, enquanto a segunda apura a participação de políticos, de integrantes da Justiça e do Ministério Público em crimes.
A Gazetaweb tentou contato com o deputado Marcos Barbosa e com a vereadora Silvânia Barbosa, mas não obteve êxito.
Com gazetaweb.com
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