'Reduzir família a homem e mulher é discriminatório e homofóbico'

Entidades que defendem os direitos da comunidade LGBT consideraram como "discriminatória" e "fundamentalista" a definição de família apenas como a união entre um homem e uma mulher, prevista no Estatuto da Família, cujo texto base foi aprovado nessa quinta-feira, 24, por uma comissão especial da Câmara do Deputados; "Este texto é um ataque à cidadania de todos, por privilegiar um tipo de família em detrimento dos outros. Ele exclui, por exemplo, as famílias homoafetivas, os filhos de mães solteiras e as crianças que são criadas pelos avós", diz o secretário da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Toni Reis; deputada Érica Kokay (PT-DF) pretende apresentar recurso contra o texto

Entidades que defendem os direitos da comunidade LGBT consideraram como "discriminatória" e "fundamentalista" a definição de família apenas como a união entre um homem e uma mulher, prevista no Estatuto da Família, cujo texto base foi aprovado nessa quinta-feira, 24, por uma comissão especial da Câmara do Deputados; "Este texto é um ataque à cidadania de todos, por privilegiar um tipo de família em detrimento dos outros. Ele exclui, por exemplo, as famílias homoafetivas, os filhos de mães solteiras e as crianças que são criadas pelos avós", diz o secretário da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Toni Reis; deputada Érica Kokay (PT-DF) pretende apresentar recurso contra o texto
Entidades que defendem os direitos da comunidade LGBT consideraram como "discriminatória" e "fundamentalista" a definição de família apenas como a união entre um homem e uma mulher, prevista no Estatuto da Família, cujo texto base foi aprovado nessa quinta-feira, 24, por uma comissão especial da Câmara do Deputados; "Este texto é um ataque à cidadania de todos, por privilegiar um tipo de família em detrimento dos outros. Ele exclui, por exemplo, as famílias homoafetivas, os filhos de mães solteiras e as crianças que são criadas pelos avós", diz o secretário da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Toni Reis; deputada Érica Kokay (PT-DF) pretende apresentar recurso contra o texto (Foto: Aquiles Lins)


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Sarah Fernandes, da RBA - Entidades que defendem os direitos da comunidade LGBT consideraram como "discriminatória" e "fundamentalista" a definição de família apenas como a união entre um homem e uma mulher, prevista no Estatuto da Família, cujo texto base foi aprovado ontem (24) por uma comissão especial da Câmara do Deputados. O projeto segue agora para plenário, e se aprovado irá para o Senado e para sanção presidencial.

"Este texto é um ataque à cidadania de todos, por privilegiar um tipo de família em detrimento dos outros. Ele exclui, por exemplo, as famílias homoafetivas, os filhos de mães solteiras e as crianças que são criadas pelos avós. Um quarto da população está excluída desse projeto homofóbico e hipócrita, de quem não quer ver a realidade", diz o secretário da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Toni Reis. "O projeto desqualifica a comunidade LGBT de forma excludente, patriarcal e preconceituosa. Sou casado com outro homem há 26 anos e pai de três filhos. Me sinto extremamente discriminado e sei que as crianças vão se sentir também."

O Brasil possuí hoje diferentes arranjos de família, segundo o Censo Demográfico de 2010 (IBGE): a maioria delas (66,2%) é chamada de "nucleares", formadas por um casal com ou sem filhos ou por uma mulher ou um homem com filhos. Outras 19% são "estendidas" e incluem no modelo anterior a convivência com parentes; 2,5% são "compostas", contando com a presença de quem não é parente, e os demais 12,3% são pessoas que moram sozinhas.

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"Foi um parecer terrível. A gente guarda muita preocupação com a rapidez com que essa discussão está sendo levada. É um projeto claramente discriminatório, que estabelece um retrocesso nos direitos fundamentais e exclui outras formas de família, sob uma argumentação pouco clara", defende a advogada do Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero (Anis), Janaína Penalva. "O subterfúgio argumentativo que só há um tipo de família é mentira e não tem argumentação nem valor constitucional. É uma lei para discriminar."

O texto-base do Estatuto da Família foi aprovado em uma votação conturbada por 17 votos favoráveis e cinco contrários. Quatro destaques ao texto ainda precisam ser votados na próxima reunião. Os deputados chegaram a iniciar a discussão sobre eles, mas as votações no plenário, presididas por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foram iniciadas, interrompendo o debate.

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Após a conclusão da votação, o projeto deveria seguir para o Senado, sem necessidade de ser votado pelo plenário da Câmara. Entretanto, pela regra, deputados podem apresentar recurso para pedir que o texto passe pelo plenário. A deputada Erika Kokay (PT-DF), contrária ao projeto, já adiantou que fará isso.

O parecer do relator do projeto de lei que cria o Estatuto da Família, deputado federal Diego Garcia (PHS-PR), define a família como a união entre homem e mulher por meio de casamento ou união estável, ou a comunidade formada pelo pai ou pela mãe com os filhos. O projeto dispõe sobre políticas de atendimento à família em áreas como saúde, segurança e educação. O projeto, que proposta tramita na Casa desde 2013, é de autoria do deputado Anderson Ferreira. Em 2006, o Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou, por unanimidade, que os casais homoafetivos têm igual direito ao casamento civil ou ao reconhecimento da união estável.

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"A Constituição garante que todos são iguais perante a lei. O projeto tem o respaldo da bancada evangélica, que se vale de valores bíblicos, muito antigos. Os casais gays existem há muito tempo e precisam ter seus direitos garantidos por lei", defendeu o coordenador do Grupo Gay da Bahia, Denis Gomes.

As entidades já começaram a se mobilizar para impedir a aprovação do projeto. Estão previstos atos de repúdio ao texto, a publicação de uma carta aberta contrária ao Estatuto da Família, a realização de debates em universidades e campanhas para que as pessoas contatem seus deputados, para pedir que votem contra o projeto.

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