Celso Amorim: Brasil se afastou da América do Sul
Ex-ministro das Relações Exteriores no governo Lula, Celso Amorim analisou a condução atual da política externa brasileira e "como o golpe comandado por Michel Temer repercutiu negativamente pelo mundo"; "O presidente Lula tinha trânsito em qualquer lugar e havia muito respeito pela presidenta Dilma. Agora, diante deste governo atual, que não foi eleito e surgiu de uma situação altamente discutível, todo o mundo tem noção clara do que está acontecendo por aqui", diz Amorim

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247 - Ex-ministro das Relações Exteriores no governo Lula, Celso Amorim analisou a condução atual da política externa brasileira e "como o golpe comandado por Michel Temer repercutiu negativamente pelo mundo".
"O presidente Lula tinha trânsito em qualquer lugar e havia muito respeito pela presidenta Dilma. Agora, diante deste governo atual, que não foi eleito e surgiu de uma situação altamente discutível, todo o mundo tem noção clara do que está acontecendo por aqui", diz Amorim em entrevista à Agência PT.
Para o ex-chanceler, os jornais internacionais – inclusive os mais conservadores – não têm poupado o governo Temer de críticas pesadas.
"A deposição sem crime de corrupção da presidenta Dilma e os sucessivos escândalos que se seguiram são situações muito graves. Hoje em dia, o planeta está interconectado. Não só os jornais de esquerda estão criticando o Brasil, mas o 'Washington Post', o 'Le Monde', o 'New York Times'...".
No campo da política externa, uma das principais críticas de Amorim em relação ao governo golpista é sobre a diminuição da relação com países sul-americanos não alinhados à sua política, como a Venezuela.
"O Brasil tem 10 fronteiras. Não se pode dar ao luxo de dizer 'eu não gosto desse país, então não vou ter relação com ele'. Não é assim que se faz política internacional. Não digo que [Nicolás, presidente da Venezuela] Maduro esteja acima de críticas, mas não ter relação com países que fazem fronteira conosco por questões ideológicas é um enorme erro", afirma.
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