“Marcha do Todinho” em Goiás pede o fim das cotas
Estudantes de Goiânia vão às ruas pedir veto de Dilma à reserva de 50% das vagas nas universidades para egressos de escolas públicas; mobilização ganhou o nome jocoso nas redes sociais por reunir alunos das escolas mais caras da capital goiana

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A Redação - Um grupo de estudantes de escolas particulares em Goiânia protestou na manhã deste domingo contra o projeto de Lei aprovado pelo Senado Federal, no início deste mês, que institui 50% das vagas das Universidades Federais para cotistas. Metade, ou 25% do total de vagas, será destinada aos estudantes negros, pardos ou indígenas de acordo com a proporção dessas populações em cada Estado, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A outra metade das cotas será destinada aos estudantes que tenham feito todo o segundo grau em escolas públicas e cujas famílias tenham renda per capita até um salário mínimo e meio. O projeto já passou pela Câmara Federal e segue agora para sanção da presidente Dilma Rousseff (PT).
A mobilização para o protesto, denominado de "Não Cotas, Sim Educação", começou no Facebook. A estudante do colégio WR, em Goiânia, Marcela Lauar, de 18 anos, que cursa o 3° ano do Ensino Médio, iniciou o movimento. Pela rede social, Marcela conseguiu mobilizar 10 mil estudantes. ''As cotas deveriam ser uma medida provisória. Sabemos que as escolas públicas não têm condição de competir de maneira igualitária conosco. Eles realmente precisam de cotas. Queremos que aprovem as cotas, mas também invistam mais na educação pública. Assim, a medida que a educação fosse melhorando, as cotas se tornariam desnecessárias'', defende a adolescente.
Nacional
Marcela contou à reportagem do Jornal A Redação que movimentos parecidos, de iniciativa de estudantes de escolar particulares, também seriam feitos em Brasília e no Rio de Janeiro. Os estudantes goianos se concentraram em frente a Assembleia Legislativa de Goiás, no Bosque dos Buritis. Pais e professores acompanharam a mobilização. Todos foram vestidos de verde, que simboliza a ''esperança''. Muitos presentes, na faixa etária de 15 a 18 anos, participavam de um protesto pela primeira vez. Faziam festa e pose para fotos.
Questionada sobre o nome dado ao protesto nas redes sociais, "A Marcha do Todinho", por se tratar de estudantes de classe média que pagam caros colégios, Marcela rebateu: "Realmente temos sorte de bancar escolas caras". Um dos protestantes, o estudante Heitor Crispin, contestou o nome: "Não somos a Marcha do Todinho. Somos a marcha do entusiasmo. Não queremos melhorias só para gente. Queremos para o país. É o país que interessa. E essa mudança se faz com essas atitudes. Nada se consegue sem luta". (Com reportagem de Tainá Borela e fotos de Randes Nunes)
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