Louco de pedra

O escultor austraco Franz Messerschmidt, que sofria de esquizofrenia, tem sua obra reunida em impressionante exposio no Louvre, em Paris



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Uma grandiosa exposição no Museu do Louvre, em Paris, reúne pela primeira vez fora da Áustria todo o acervo de esculturas do excêntrico artista austríaco Franz Xaver Messerschmidt. Ele criou dezenas de cabeças humanas – muitas delas eram autorretratos - que exibiam expressões fortes de desespero, riso, loucura, medo ou espanto, com uma perfeição e humanidade que o coloca como precursor de artistas posteriores, como o francês Auguste Rodin. Torturado e dominado por surtos irracionais, acredita-se hoje que ele sofresse de esquizofrenia.

Messerschmidt perseguia obsessivamente o que denominava de 64 gestos primordiais e passava longos período diante do espelho experimentando caretas e expressões diversas. Embora tenha uma obra impactante e contemporânea com fortes traços expressionistas, Messerschmidt nasceu em 1734 e produziu o seu trabalho durante o século XVIII. Viveu recluso em uma cabana na zona rural, próxima à cidade de Wiesenstein, na Áustria, e alimentava-se de leite das vacas de seu sítio e de carne de cordeiro da criação que mantinha em sua pequena propriedade.

Ele trabalhou com materiais diversos, entre eles o mármore, o bronze, o chumbo e o alabastro (um mármore branco mais flexível). Criou pouco mais de uma centena de bustos e nunca vendeu uma sequer. Somente no século XIX em um leilão em Viena, suas cabeças foram descobertas pelo mercado de arte contemporânea e muitas foram adquiridas por colecionadores estrangeiros. O Louvre reuniu 60 esculturas em sua mostra que ficará em cartaz até o dia 25 de abril.

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