Mercado vê DNA tucano em Marina e bolsa dispara
Bolsa tem alta de 2% diante da possibilidade de ex-ministra assumir lugar, no PSB, de candidata a presidente; papéis da Petrobras experimentam alta de 8%; mesma matriz de pensamento de economistas ligados a ela e de formuladores do programa econômico do PSDB é reconhecida pelo mercado financeiro; ex-presidente do BNDES André Lara Resende, um dos pais do Plano Real, e professor do Insper Eduardo Gianetti fazem parte do núcleo econômico de Marina; “Temos fortes convergências com o PSDB”, admite Gianetti, que já fala como porta-voz da possível candidata

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247 – O mercado financeiro está eufórico diante da possibilidade de a ex-ministra Marina Silva se tornar a candidata do PSB à Presidência da República no lugar do ex-governador Eduardo Campos. Nesta sexta-feira 15, a Bovespa apresentou alta de 2,12%, quebrando duas semanas de sequência negativa. O motivo básico, segundo a unanimidade dos analistas, é a fina sintonia entre os formuladores do programa de governo que Marina defenderá, se escolhida, e o do presidenciável Aécio Neves, do PT. Qualquer uma das duas alternativas é melhor, para o mercado, do que a reeleição da presidente Dilma Rousseff – é o que o movimento de alta está a registar. A Petrobras, no dia, experimentou alta de de 8%.
À frente do programa de governo que poderá vir a ser defendido por Marina estão os economistas André Lara Resende e Eduardo Gianetti da Fonseca. O primeiro é tucano de quatro costados, um dos pais do Plano Real e ex-presidente do BNDES na gestão de Fernando Henrique Cardoso. Ele é amigo e próximo de Armínio Fraga, ex-presidente do BC de FHC e porta-voz informal do presidenciável Aécio Neves.
Gianetti, professor do Insper, já dá entrevistas como economista mais próximo a Marina. Ele admite que o programa dos seus sonhos “tem forte convergência” com o ideário defendido pelo PSDB. É oposição frontal à atual política econômica. “Vamos corrigir equívocos que têm sido cometidos pelo governo”, diz ele. Como se vê pela agitação financeira, frases como essa soam como música para os investidores, chamados por uns, e especuladores, como são classificados por outro os agentes do mercado.
Leia reportagem do portal Infomoney sobre o comportamento da Bolsa nesta sexta-feira:
Bolsa tem alta de 2% com "efeito Marina"
Por Rodrigo Tolotti Umpieres
SÃO PAULO - Em uma semana marcada pela tragédia envolvendo a morte do candidato à presidência Eduardo Campos, o Ibovespa conseguiu encerrar a sequência de duas quedas semanais e subiu 2,50% - nesta sexta-feira a alta foi de 2,12% -, aos 56.963 pontos, atingindo sua melhor semana nas últimas 4 semanas. Os últimos dias também foram marcados pela grande quantidade de resultados corporativos, com muitas empresas do índice divulgando seus balanços. O destaque neste pregão ficou com a Petrobras, que disparou 8% com as expectativas maiores de um segundo turno caso Marina seja candidata.
Seguindo o cenário dos últimos dois dias, esta sessão ficou marcada pelas especulações sobre o novo cenário político após a morte de Campos. Diante disso, o benchmark da bolsa ganhou força hoje em meio às sinalizações de que a candidatura de Marina Silva está ganhando forças para substituir Eduardo Campos. Com isso, aumenta a possibilidade de segundo turno, conforme ressalta o analista da XP Investimentos, Thiago Souza.
Logo após a morte de Campos, havia especulações de que talvez a ex-senadora não se candidatasse por apresentar divergências com o PSB,o que diminuiria as chances de uma segunda etapa nas eleições. "Neste momento, o que interessa é que haja um segundo turno", diz o analista. Além disso, mesmo não sendo a candidata dos sonhos do mercado, os quadros econômicos apresentados por ela, tendo assessores econômicos mais alinhados às medidas
No cenário internacional o dia foi de instabilidade, após a calmaria na véspera com a fala do presidente russo Vladimir Putin indicando que quer trabalhar para a paz na Ucrânia. No fim da manhã as tensões aumentaram depois da artilharia ucraniana destruir parte "significativa" de uma coluna de blindados russos que atravessou a fronteira da Ucrânia durante a noite, disse o presidente Petro Poroshenko ao primeiro-ministro britânico, David Cameron, nesta sexta- feira, de acordo com o site da Presidência.
Diante das incertezas internacionais, as bolsas internacionais fecharam o dia de forma mista, com o Nasdaq registando alta e os índices S&P 500 e Dow Jones com leves perdas. Enquanto isso, ativos de menor risco, como o dólar, também oscilaram, chegando a registrar alta, mas virando durante a tarde, fechando com leve queda de 0,24%, cotada a R$ 2,2625 na compra e R$ 2,2640 na venda.
Entre os indicadores, o dia ficou marcado pela divulgação do IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), considerado espécie de sinalizador do PIB (Produto Interno Bruto), que recuou 1,48% em junho sobre maio, fechando o segundo trimestre com queda de 1,20% contra o período anterior, de acordo com dados dessazonalizados, informou o BC. Com isso, diversas consultorias revisaram as suas perspectivas do PIB para baixo, com o Fator cortando a previsão do PIB de alta de 0,8% para 0,6%.
Resultados e Petrobras guiam sessão Diante das novas expectativas do cenário eleitoral, as ações da Petrobras (PETR3; PETR4) dispararam neste pregão, fechando com alta de mais de 8%. "O mercado está comprando a ideia de que a Marina garante o segundo turno, mas ainda aposta que a disputa final ficará entre Aécio Neves e Dilma Rousseff", disse o profissional de uma corretora no Rio de Janeiro ouvido pela agência Reuters. Como o mercado não gosta das medidas intervencionistas de Dilma Rousseff, sempre que se vislumbra um cenário de maior competitividade nas eleições.
Junto com a Petrobras, as ações da MRV (MRVE3, R$ 7,82, +7,12%) também subiram forte após a companhia reportar lucro líquido de R$ 134 milhões, ante R$ 117 milhões um ano antes, informou a companhia nesta quinta-feira. O lucro líquido no trimestre foi de R$ 401 milhões, beneficiado pela revisão para cima do valor atribuído à subsidiária Log. Segundo a equipe de análise da XP Investimentos, o resultado veio em linha com as estimativas do mercado.
Entre outros destaques, as ações da BRF (BRFS3, R$ 57,45, -1,69%) ficaram entre as maiores quedas do Ibovespa. Ontem a companhia informou que seu conselho de administração anunciou que o atual CEO Global, Claudio Galeazzi manifestou seu interesse em antecipar o início do processo de sucessão. De acordo com o comunicado, assinado pelo presidente do Conselho Abilio Diniz, a decisão do presidente se deu dado o bom momento vivido atualmente para a companhia e após a conclusão do ciclo inicial de transformação da empresa. Galeazzi deverá permanecer como CEO na BRF até o dia 31 de dezembro e contribuirá com o Conselho no processo sucessório.
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