Juan Carlos, humilde, vem a Dilma com pires na mão
Com a Espanha em crise, monarca chega com 14 empresários para encontro com a presidente Dilma, hoje; intenção dele é ampliar negócios com o Brasil; empresas espanholas, como Telefonica e Santander, estudam vender ativos na América Latina

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247 – O rei da Espanha, Juan Carlos I, se reúne com a presidente Dilma Rousseff nesta segunda-feira num momento de crise e fragilidade em seu país. Nos dias atuais, a conversa entre os dois líderes, que teve início às 11h30, pode ser vista como a chegada de um rei que se curva a um governo que aprendeu a se dar o respeito. Se anos atrás eram os países em desenvolvimento que viam como refúgio economias fortes como as da Europa, hoje a relação se inverte é a Espanha que busca o auxílio brasileiro.
O rei viaja acompanhado por um grupo de empresários espanhóis interessados em ampliar os negócios no Brasil. A Espanha é o segundo maior investidor estrangeiro no País, com estoque de capital superior a US$ 85 bilhões. Em 2011, o comércio bilateral registrou US$ 7,97 bilhões – o que representa aumento de 20% em comparação a 2010.
O cenário não é nada animador para as empresas espanholas, que veem o Brasil como forma de sobrevivência. O banco Santander, em má situação financeira e forte presença no País, já provou as terras tupiniquim são vitais para seu sustento. O lucro brasileiro representou nada menos que 28% do total da instituição financeira no fechado de 2011.
Outro exemplo é a Telefonica, que vê seu lucro cair drasticamente, mas tem o Brasil como mãe, visto que as únicas boas notícias para a companhia saem daqui. A operadora teve uma queda de 46,9% em seu resultado de 2011. Por aqui, a Vivo, subsidiária da operadora, contribuiu com 3,4 bilhões de euros para seu lucro, o que significou mais da metade. As duas companhias já sinalizaram o interesse de vender ativos na América Latina.
Principalmente por isso, o encontro no Itamaraty presidido por Dilma e Juan Carlos terá a presença de representantes de 14 entidades espanholas: além de Santander e Telefonica, estarão Repsol, Iberdrola, Iberia, Isolux, Abengoa, Gas Natural Fenosa, Indra, Acciona, CAF, Talgo, Navantia e Airbus Military.
Outras pautas que devem ser discutidas na reunião são a ampliação de relações econômicas entre os países e uma possível solução para os problemas enfrentados por brasileiros ao entrar na Espanha e, mais recentemente, por espanhóis no Brasil. É a primeira viagem do rei ao exterior depois que ele colocou uma prótese no quadril, após um acidente durante uma polêmica caça de elefantes na África. Do Brasil, Juan Carlos segue para o Chile.
Com informações da Agência Brasil
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