"Metas não-realistas" levam Graça ao Senado

Presidente da Petrobras disse que estatal sempre trabalhou com metas "não-realistas"; e que por isso sempre fica aquém dos resultados esperados; alfinetada foi sobre os planos feitos durante do governo Lula; senadores convidam executiva para explicar declarações

"Metas não-realistas" levam Graça ao Senado
"Metas não-realistas" levam Graça ao Senado (Foto: Edição/247)


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247 - Coube à presidente da Petrobras, Graça Foster, dar o pontapé inicial para a revisão dos oito anos de governo Lula. Foi no último 25 de junho, durante a apresentação do plano de negócios da estatal, classificado pela executiva como "realista". "Historicamente, a Petrobras não cumpre suas metas de produção. Verificamos que nos oito planos de negócios (anteriores), não temos cumprido nossa meta de produção. Uma de nossas conclusões é que nosso plano esteja sendo trabalhado em metas ousadas, que se mostraram metas não-realistas ano após ano", disse Graça Foster, numa declaração surpreendente que deve levá-la ao Senado na próxima semana.

O convite para comparecer à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) foi feito pelo senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), segundo quem "[a presidente da Petrobras] indicou que a empresa convivia com falta de planejamento, controles insuficientes e ineficiência operacional". Ferraço lembrou que, ainda de acordo com Graça Foster, as antigas projeções "contavam com a sorte para serem atingidas". As críticas da nova presidente da Petrobras atingem mais do que a gestão da estatal. Elas vão no âmago da Era Lula, como apontou o jornalista Carlos Alberto Sardenberg em artigo publicado em O Globo na semana passada.

Em "Custo Lula", Sardenberg lembra que, em 2009, o então presidente Lula se jactava em entrevista ao dizer que convocou o conselho da Petrobras para incrementar o plano de investimentos, acrescentando a construção de três refinarias e aumentando as previsões para produção de óleo. De lá para cá, apenas uma das quatros refinarias, a de Abreu e Lima, em Pernambuco, continua no plano com data para terminar e todas as metas de produção foram reduzidas.

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Populismo

"O nome disso é populismo", crava Sardenberg. "E custo Lula. Sim, porque o resultado é um prejuízo para os acionistas da Petrobrás, do governo e do setor privado, de responsabilidade do ex-presidente e da diretoria que topou a montagem", critica o jornalista. "Assim como se fez a revisão dos planos da Petrobrás, é urgente uma análise de todas as demais grandes obras", acrescenta. Está posto o primeiro grande ponto crítico ao governo do ex-presidente Lula, que ainda surfa na popularidade de uma época de ascensão econômica de milhares de brasileiros.

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Em seu artigo, Sardenberg lembra que "a presidente Dilma estava no governo Lula, em posições de mando na área da Petrobrás" e que "Graça Foster era diretoria da estatal". "Não é possível imaginar que Graça Foster tenha feito essa incrível autocrítica sem autorização de Dilma", acrescenta. Diante da constatação, resta saber se a presidente da Petrobras dará continuidade, agora na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, a essa análise nada lisonjeira sobre a Era Lula.

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