Cachoeira vai à CPI, em silêncio. Mas depois...

Não há mais impedimento legal para o bicheiro Carlinhos Cachoeira comparecer diante da CPI que investiga suas ligações com políticos, autoridades e empresários, mas sua defesa, liderada pelo ex-ministro Márcio Thomaz Bastos, avisa: ele vai entrar mudo e sair calado. Para amigos em Goiás, a ação e reação dele virá depois, contra os que agora o renegam e contrariam

Cachoeira vai à CPI, em silêncio. Mas depois...
Cachoeira vai à CPI, em silêncio. Mas depois... (Foto: Edição/247)


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247 – O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, autorizou o depoimento do bicheiro Carlinhos Cachoeira à CPI mista que investiga suas relações com políticos, autoridades e empresários (confira a íntegra da decisão). Assim, ao contrário do que ocorreu na semana passada, fica mantida a previsão de que Cachoeira compareça à audiência marcada para esta terça-feira na comissão. A pergunta é: vai falar ou ficar em silêncio diante das questões dos parlamentares?

A depender de seu advogado, o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, Cachoeira entra na audiência mudo e sai calado. "O Carlos Augusto vai atender ao chamado da CPI sem condições de responder qualquer pergunta", avisou a advogada Dora Cavalcanti, da equipe de defesa do bicheiro. A lista de exigências da defesa de Cachoeira para que ele possa, enfim, falar à CPI é extensa.

Bastos quer pelo menos mais três semanas de prazo, para poder avaliar o conteúdo das operações que implicam Cachoeira criminalmente – ele pretende montar uma equipe de dez pessoas para analisar o material. Além disso, o ex-ministro pede a liberação das 90 mil horas de áudio gravadas pelas operações policiais. Outra demanda: Thomaz Bastos quer acesso com mais liberdade a Cachoeira, para que os dois possam avaliar juntos os documentos.

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Depois de ter reclamado da falta de acesso às acusações contra Cachoeira – o que, graças a decisão do STF, adiou o depoimento em uma semana –, a defesa do bicheiro teve acesso aos documentos das operações da Polícia Federal que o investigaram, liberados por decisão da CPI. Em sua decisão, Celso de Mello alude ao fato: "É de assinalar, por relevante, que se propiciou, aos ora impetrantes, mesmo neste fim de semana (sábado e domingo), amplo acesso a todos os elementos e documentos probatórios existentes em poder de mencionado órgão de investigação parlamentar, não havendo notícia, contudo, de que tenham eles se utilizado de tal faculdade".

Pois, agora, a defesa do bicheiro apela para o argumento da falta de tempo para analisar os dados. "Não adianta entrar na sala no fim de semana. Não dá para examinar na CPI. Teríamos que passar anos na sala. Não tem ferramenta de busca. Os próprios deputados e senadores sabem a dificuldade em acessar", reclamou, na última sexta-feira 18, a advogada Dora Cavalcanti. É sob esse argumento que o bicheiro pode se recusar a responder aos questionamentos dos parlamentares nesta terça-feira.

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O deputado Odair Cunha (PT-MG), relator da comissão, disse que o prometido silêncio de Cachoeira não deve representar prejuízo à investigação. "Se ele não falar nada, nós temos outros instrumentos para conduzir a investigação. A oitiva dele não é instrumento único. Temos a quebra de sigilo e oitivas de outras pessoas, por exemplo", disse o otimista relator.

Goiás

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Amigos de Cachoeira no Estado não esperam mesmo que ele fale. Por meio de familiares com contato direto com o contraventor, sustentam a convicção do silêncio. O que afirmam, em contrapartida, é que ele ficará calado agora mas não ficará quieto. Nas últimas semanas ele teria refletido bastante e avaliado as ações e reações de todos, principalmente daqueles com os quais ele conviveu. O que ele fará, tem data marcada para depois que sair, ou, talvez, para depois que a poeira baixar. Aí ele deverá acertar as contas com cada um daqueles que o renegam ou contrariam agora. E o fará de forma silenciosa, longe das luzes das câmeras.

 

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