Sem farinha de trigo, padarias fecham na Venezuela
Várias padarias na localidade venezuelana de Caripe, a leste de Caracas, voltaram a ficar fechadas devido à escassez de farinha de trigo para produzir pão, informou a imprensa local, além das dificuldades para conseguir farinha de trigo, os padeiros queixam-se de que a escassa matéria-prima que conseguem comprar tem o preço elevado em 370% ao estipulado pelas autoridades

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Além das dificuldades para conseguir farinha de trigo, os padeiros queixam-se de que a escassa matéria-prima que conseguem comprar tem o preço elevado em 370% ao ser estipulado pelas autoridades.
Por outro lado, em El Tigre, estado de Anzoátegui, localidade situada também a leste de Caracas, os padeiros declararam um período de “emergência” devido à falta de farinha.
Segundo Miguel López, diretor da Associação de Panificadores Locais, nos quatro municípios da área, as 180 padarias que existem recebem apenas 30% dos dez sacos diários de farinha de que cada uma necessita, o que obrigou a limitar a quantidade de pão que cada cliente pode comprar.
"Além da farinha, é cada vez maior a escassez de manteiga, margarina e açúcar", acrescentou.
Na última terça-feira (6), a Federação Venezuelana de Indústrias da Panificação (Fevipan) mostrou-se preocupada com a redução dos estoques de farinha para a produção de pão, situação provocada por conflitos profissionais, problemas no transporte e atrasos nas autorizações para importar matéria-prima.
"Estamos chegando a uma situação caótica. Há atrasos nos pagamentos (aos fornecedores estrangeiros) e é preciso muita documentação para importar", disse o presidente da Fevipan, Tomás Ramos, acrescentando que a queda nos estoques provoca diminuição importante da produção diária de pães.
Segundo ele, desde 2013 a Venezuela tem problemas de escassez de farinha, provocados por conflitos na área do trabalho, problemas de transporte e, mais recentemente, protestos nas ruas.
Vigora na Venezuela, desde 2003, um sistema de controle cambial que impede a livre obtenção de moeda estrangeira. Para importar, os empresários devem recorrer ao Centro Nacional de Comércio Exterior, onde podem obter as autorizações e o acesso aos dólares para fazer os pagamentos.
*Com informações da Agência Lusa
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