Trump estuda separar mães e filhos que cruzam a fronteira com o México
Mulheres e crianças que cruzem juntas e ilegalmente a fronteira do México com os Estados Unidos podem ser separadas por autoridades norte-americanas; é o que diz uma proposta que está sendo analisada pelo Departamento de Segurança Nacional norte-americano, de acordo com três autoridades do governo; Parte da ideia por trás da proposta é evitar que mães tentem imigrar para os EUA com suas crianças, afirmou uma das fontes; Atualmente, as famílias que contestam a deportação ou procuram asilo são rapidamente libertas da detenção e podem permanecer no país até que seus casos sejam resolvidos na Justiça; Trump quer fim da política "prenda e solte"

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Por Julia Edwards Ainsley
WASHINGTO (Reuters) - Mulheres e crianças que cruzem juntas e ilegalmente a fronteira do México com os Estados Unidos podem ser separadas por autoridades norte-americanas. É o que diz uma proposta que está sendo analisada pelo Departamento de Segurança Nacional norte-americano, de acordo com três autoridades do governo.
Parte da ideia por trás da proposta é evitar que mães tentem imigrar para os EUA com suas crianças, afirmou uma das fontes.
A proposta pode permitir que o governo detenha os pais enquanto eles contestam a deportação ou esperam pelas audiências de asilo. Já as crianças podem ser colocadas em custódia de proteção pelo Departamento de Saúde e Serviços Humanos, no "modo menos restritivo", até que possam ser levadas a um parente residente nos EUA ou um tutor escolhido pelo governo.
Atualmente, as famílias que contestam a deportação ou procuram asilo são rapidamente libertas da detenção e podem permanecer no país até que seus casos sejam resolvidos na Justiça. Decisão de um tribunal federal de apelações impede detenções prolongadas de crianças.
O presidente norte-americano, Donald Trump, prometeu o fim da política "prenda e solte", segundo a qual os imigrantes que cruzam ilegalmente a fronteira são livres para viver nos EUA até que seus processos legais sejam finalizados.
Duas autoridades que falaram com a Reuters receberam informações sobre a proposta no dia 2 de fevereiro, em encontro entre autoridades imigratórias e o chefe dos Serviços de Cidadania e Imigração dos EUA, John Lafferty.
Uma terceira autoridade, do Departamento de Segurança Nacional, afirmou que o órgão está considerando ativamente separar as mulheres de seus filhos, mas alertou que não há uma decisão sobre o assunto.
A Casa Branca e o Departamento de Saúde e Serviços Humanos não quiseram se manifestar.
Em comunicado enviado à Reuters, o Departamento de Segurança Nacional disse: "A viagem para o norte é perigosa, com muitas situações em que as crianças --trazidas pelos pais, parentes ou contrabandistas-- são frequentemente exploradas, abusadas ou até perdem suas vidas".
"Pensando na segurança, o Departamento de Segurança Nacional continua analisando opções que desencorajem aqueles que pensam em atravessar a fronteira", afirmou o comunicado.
O parlamentar democrata Henry Cuellar, do Texas, cujo distrito inclui cerca de 320 quilômetros da fronteira com o México, criticou duramente a proposta em comunicado: "Resumindo: separar mães e filhos é errado".
"Esse tipo de coisa é que faz a segurança da fronteira descambar para a violação dos direitos humanos", afirmou.
Cerca de 54 mil crianças e seus responsáveis foram presos entre 1º de outubro de 2016 e 31 de janeiro de 2017, mais do que o dobro em relação ao mesmo período anterior.
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