PSDB viu no uso político do MPF a única forma de voltar ao poder, diz advogado de Lula
Juarez Cirino dos Santos, que ouviu gritos do juiz Sérgio Moro em depoimento no caso do triplex do Guarujá, disse que há atualmente o emprego do sistema de justiça criminal como "arma de guerra política contra determinados inimigos internos"; sobre o partido que está por trás desta atuação, ele diz: "O partido que perdeu quatro eleições presidenciais para Lula e Dilma e não aceitou a última derrota. Então, vislumbrou no uso político oportunista de setores conservadores do Ministério Público Federal (e da Polícia Federal) e de alguns segmentos da Justiça Federal, a única forma de voltar ao poder"

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247 - Em entrevista ao jornalista Joaquim Carvalho, do Diário do Centro do Mundo, o advogado Juarez Cirino dos Santos, que atua na defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não poupa críticas ao que chama de senso oportunista do PSDB na operação Lava Jato.
“A Lava Jato é um processo político”, disse Cirino. “Vamos agir estritamente como defensores técnicos, mas sem deixar de denunciar o processo político subjacente aos processos criminais, como a única forma de defesa não apenas do presidente Lula, mas da própria democracia no Brasil", disse Cirino, que ouviu gritos do juiz Sérgio Moro em depoimento na ação do caso do triplex do Guarujá (relembre abaixo).
Segundo o advogado de 74 anos, que é considerado um dos papas do Direito Criminal do Brasil, há atualmente o emprego do sistema de justiça criminal como "arma de guerra política contra determinados inimigos internos". "Os objetivos dessa guerra política através do sistema penal são múltiplos: danificar a imagem pública do adversário, destruir a legitimação política do oponente, absorver/ empatar o tempo útil da vítima, obter vitórias na opinião pública contra o inimigo etc", afirma.
No caso Lula, a guerra legal promovida pelas forças tarefas do MPF, com a utilização da capacidade tecnológica de investigação da Polícia Federal e a aparente coordenação dos órgãos jurisdicionais competentes, pretende atingir simultaneamente todos e cada um desses objetivos estratégico-táticos, impossíveis pelos métodos normais de ação partidária – ou seja, com o debate público de programas políticos em campanhas eleitorais, o método tradicional de luta pelo poder do Estado nas sociedades capitalistas.
O uso da lei penal como arma ou instrumento de guerra política, pela ação integrada de procuradores da república e de juízes federais na Operação Lava Jato, por exemplo, representa grave perversão do devido processo legal, produzida por propósitos político-partidários subjacentes aos procedimentos policiais-judiciais, que solapam as finalidades político-criminais atribuídas ao sistema penal.
"Existe uma organização política, um movimento ideológico, que tem por trás um partido político, que incentiva essa ação", afirma. Questionado sobre qual partido se refere, Cirino responde: "O partido que perdeu quatro eleições presidenciais para Lula e Dilma e não aceitou a última derrota. Então, vislumbrou no uso político oportunista de setores conservadores do Ministério Público Federal (e da Polícia Federal) e de alguns segmentos da Justiça Federal, a única forma de voltar ao poder", afirma.
Leia na íntegra a entrevista do Juarez Cirino dos Santos ao DCM.
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