A que ponto chegamos, hein, José Serra?
O outrora candidato natural presidncia pelo PSDB enfrenta dois colegas de partido pela indicao para disputar a Prefeitura de So Paulo e, apesar do favoritismo, pede pelo amor de Deus pelos votos dos militantes nas prvias da legenda deste domingo
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247 – Não se pode dizer que o outrora virtual presidente da República José Serra (quem confiava no taco de Dilma Rousseff no início da campanha de 2010?) chegou ao fundo do poço, mas, para alguém com a história política do ex-governador de São Paulo, disputar a indicação de seu partido, o PSDB, para concorrer à Prefeitura da capital paulista deve estar bem perto disso. Serra fez charme o quanto pôde para apresentar sua pré-candidatura às eleições municipais deste ano, e aparentemente não contava com a resistência que encontrou dentro do partido.
Ex-prefeito e ex-governador, Serra disputa neste domingo o protagonismo no PSDB com duas figuras históricas do partido, mas completamente desconhecidas do público em geral. O secretário estadual José Aníbal e o deputado federal Ricardo Tripoli têm história no PSDB, mas nada que se compare às duas campanhas à presidência de que Serra participou. E mesmo com toda a fama e o respeito das principais lideranças do partido, Serra teve de pedir votos “pelo amor de Deus” nos últimos dias, segundo o presidente estadual do partido, Pedro Tobias.
“Imagine José Serra, que já foi governador, foi prefeito, metido Serra, está pedindo voto para militante. Porque militantes têm que ser privilegiados. Hoje Serra encontra [o militante] e [pede]: 'pelo amor de Deus, vote em mim'", disse Tobias durante encontro de militantes na Câmara Municipal de Ribeirão, neste sábado. “Isso é democrático, prévia é diferente. Eleição dentro é diferente de eleição fora do partido. O Serra não é chegado a militante. Está achando dificuldades”, completou Tobias, em registro feito pela Folha de S.Paulo.
Ao demorar para entrar na disputa, Serra apostou num prestígio que aparentemente não tem mais dentro do PSDB. Aceitou as regras que lhe foram impostas atribuindo-lhes ares de concessão e, como para confirmar que quem manda é ele, se negou a participar de debates e conseguiu adiar a data de votação em 20 dias. Mas o dia adiado chegou e, mesmo que o ex-governador saia vitorioso neste domingo, a figura de José Serra não será mais a mesma. Se ele perder, então...
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