Do ‘doutor’ ao ‘professor’: “Tá tranquilo, eu faço”

Senador Demstenes Torres j um cadver poltico; dilogos divulgados pelo jornal O Globo revelam o zelo com que dedicou seu mandato a servir aos interesses do contraventor Carlinhos Cachoeira; DEM quer desfiliao para evitar expulso; cassao pode ser formalmente pedida ainda hoje

Do ‘doutor’ ao ‘professor’: “Tá tranquilo, eu faço”
Do ‘doutor’ ao ‘professor’: “Tá tranquilo, eu faço” (Foto: Edição/247)


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247 – O senador Demóstenes Torres já é um cadáver político. Revelações de diálogos grampeados pela Polícia Federal, entre ele e o contraventor Carlinhos Cachoeira, publicadas pelo jornal O Globo nesta sexta-feira 30, levaram a cúpula do DEM a pressionar Demóstenes a se desfiliar do partido, antecipando-se a um processo de expulsão. A ameaça de cassação de seu mandato, a partir da investigação aberta pelo Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, ganhou corpo.

Nas conversas, mantidas entre abril e junho de 2009, o senador coloca seu mandato totalmente a serviço do contraventor, revelando dependência financeira – pede a Cachoeira o pagamento de uma conta de R$ 3 mil numa empresa de táxi aéreo -, prontificando-se a pedir pressa ao desembargador Alan Sebastião de Sena Conceição, do Tribunal de Justiça de Goiás, no julgamento de um processo de policiais acusados de torturas, e também dando conselhos sobre aspectos da redação da lei 7.228, que regula o jogo. As conversas fazem jus ao apelido de Senador Cachoeira, pregado hoje em Demóstenes.

- Fala, Professor. Acabei de chegar lá do desembargador. O homem disse que vai olhar o negócio e tal. Vai julgar rápido. Mandou pegar o papel, já pegou o... negócio lá. Diz que vai fazer o mais rápido possível - avisou Demóstenes a Cachoeira em seis de abril de 2009, sobre sua ida, a pedido, ao gabinete do desembargador do Tribunal de Justiça de Goiás, Alan Conceição.

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- Anota uma lei aí. Você podia dar uma olhada. Ela tá na Câmara. 7.228 2002. PL, pede Cachoeira ao seu senador Demóstenes, em 22 de abril de 2009, referindo-se ao projeto sobre a regulamentação do jogo no Brasil.

- Vou levantar agora e depois te ligo aí, aquiesce o senador. Mais tarde, avança no atendimento: “Vou mandar o texto procê. O que tá aprovado lá é o seguinte: “transforma em crime qualquer jogo que não tenha autorização”. Então inclusive te pega, né? Então vou mandar o texto pra você. Se você quiser votar, tudo bem, eu vou atrás. Agora a única coisa que tem é criminalização, transforma de contravenção em crime, não regulariza nada - avisa Demóstenes.

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Pedidos formais de cassação do mandato de Demóstenes Torres já são esperados para esta sexta-feira 30.

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