CPI pode revelar mensalão do jogo no Congresso

H a suspeita de que Carlos Cachoeira liderava o lobby pela liberao de bingos e caa-nqueis no Brasil; teme-se que surja uma tabela com o valor de cada deputado; em 2010, uma votao teve 144 votos favorveis na Cmara, com acusaes explcitas de malas de dinheiro no Congresso

CPI pode revelar mensalão do jogo no Congresso
CPI pode revelar mensalão do jogo no Congresso (Foto: José Cruz/AGÊNCIA BRASIL_Bruno Stuckert/Folhapress_Divulgação)


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247 – “Vossa Excelência paga e recebe”. De todas as frases, esta foi a melhor da CPI dos Correios. Foi dita por Roberto Jefferson (PTB/RJ) e dirigida ao deputado Valdemar Costa Neto (PR/SP), no auge da crise do mensalão. Se a CPI de Carlos Cachoeira de fato vier a ser instalada, há o risco de que cenas semelhantes ocorram. Há rumores cada vez maiores de que Cachoeira e sua gangue organizavam o maior de todos os mensalões: uma mesada parlamentar para que o jogo fosse liberado no Brasil. Dias atrás, 247 foi procurado por um importante senador, que garantiu a existência de uma lista com o valor de cada deputado. Havia parlamentar de R$ 20 mil, de R$ 30 mil, de R$ 50 mil... e assim por diante. Teme-se ainda, no Congresso, que Cachoeira tenha feito um acordo de delação premiada para revelar os nomes de seus parceiros. E surgem também sinais de que o ânimo em favor da CPI arrefece a cada dia.

De acordo com o colunista Ricardo Noblat (leia mais aqui), numa CPI, Cachoeira passaria de investigado a juiz. Sua palavra teria o poder de destruir reputações instantaneamente. Bastaria a ele dizer quem estaria no seu bolso, fazendo parte da articulação pela liberação dos bingos e cassinos no Brasil – Cachoeira, por sinal, tem dois navios cassinos em Miami, frequentados por vários parlamentares. Outra colunista influente, a jornalista Dora Kramer, lembra em sua coluna de hoje, chamada “Gatos Pardos”, que há risco de que boa parte do Congresso saia enlameada da CPI (leia mais aqui). “Não convém esquecer um detalhe até então deixado de lado: a tentativa de legalização dos bingos, em 2010, que acabou derrotada na Câmara, mas contou com 144 votos numa sessão permeada por acusações explícitas de que corria dinheiro da contravenção no ambiente. Não é preciso muita reflexão para concluir quem transitou por esse terreno na defesa da liberação da jogatina”, disse ela.

De acordo com Dora Kramer, o entusiasmo do Congresso em relação à CPI é cada vez menor. Outro colunista, Claudio Humberto, já fala até em “arrependimento” (leia mais aqui). Mas o maior interessado, no entanto, seria o ex-presidente Lula, que, segundo a jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, estaria “com sangue nos olhos”. A CPI seria uma forma, segundo ela relata, de esclarecer como teriam sido fabricados vários escândalos que marcaram o governo Lula – o resto seriam “efeitos colaterais” aceitáveis.

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Já o senador Demóstenes Torres (sem partido/GO), que juntamente com o deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB/GO), eram as figuras mais próximas ao bicheiro, provavelmente têm muito a esclarecer sobre a organização do mensalão do jogo no Brasil. De acordo com Demóstenes, que prometeu resistir e não renunciar, ao menos dez parlamentares cairão, se ele vier a ser cassado.

 

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