Bob Jeff, que humilhou o PT, dá prova de força

Presidente nacional do PTB flana todo poderoso nos bastidores do poder; com foco na bilionária área de seguros e no processo de liquidação do tristemente inesquecível papa-tudo, de Arthur Falk, Roberto Jefferson derruba interventor enquanto os petistas penarão no STF

Bob Jeff, que humilhou o PT, dá prova de força
Bob Jeff, que humilhou o PT, dá prova de força (Foto: Folhapress)


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247 – Passam-se os tempos, muda-se a correlação de forças na política, mas há situações na República que não se alteram. Um bom exemplo é a posição do deputado fluminense Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB. Homem-bomba do mensalão, por ter sido o autor da denúncia que enredou nas malhas da Justiça praticamente toda a primeira geração de dirigentes do PT, Jefferson, em tese, deveria ter sido politicamente esvaziado ao longo das três administrações federais da legenda. Na linha 'bateu, levou'. Mas o que se vê é que ele, apesar das bordoadas distribuídas na gente graúda do PT, se mostra cada vez mais influente nos bastidores do poder, demitindo e nomeando, articulando para seus interesses e de seu grupo.

Reportagem publicada pela revista Istoé, na edição da presente semana, dá conta de que Jefferson é uma das eminências por detrás do afastamento do liquidante dos bens da Interunion Capitalização, a tristemente famosa empresa de Arthur Falk, o operador do título de capitalização Papa-tudo. O presidente do PTB seria o político que, agora, atuou fortemente pela queda de José Emílio Quintas, e, antes, agiu pela queda de Paulo dos Santos da presidência da Susep – Superintência de Seguros Privados, em 2010. Enquanto o ex-presidente do PT José Dirceu dorme o sono pesado das preocupações com o julgamento do caso do mensalão pelo STF, marcado para agosto, seu algoz Bob Jeff, ao que parece, manda cada vez mais em áreas com bilhões em caixa.

Acompanhe reportagem da revista Istoé sobre o assunto:

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Trabalhismo papa-tudo

Interessado em administrar quase R$ 300 milhões em títulos de loteria, PTB pressiona e consegue derrubar o responsável pela liquidação da Interunion Capitalização

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Claudio Dantas Sequeira _ Na quinta-feira 5, o responsável pela liquidação dos bens da Interunion Capitalização, José Emílio Quintas, foi demitido. Por trás de sua saída está o PTB, que deseja colocar alguém de sua confiança no cargo. O partido quer a todo custo controlar o que considera uma verdadeira "mina de ouro". No cargo desde 2007, o liquidante descobriu nos livros contábeis da Interunion mais de R$ 260 milhões em títulos do Papa-Tudo, loteria controlada pela corretora Interunion, que nunca foram resgatados por seus compradores. Há também uma disputa judicial com a Vale do Rio Doce, que poderia render mais meio bilhão de reais para o grupo. "Os ex-controladores têm esperança de colocar as mãos nesse dinheiro", acusa Emílio Quintas.

O agora ex-liquidante da Interunion se refere ao empresário Artur Falk, que responde na Justiça por crime contra o sistema financeiro nacional. Segundo apurou ISTOÉ, Falk firmou um acordo de cavalheiros com a cúpula do PTB. A articulação foi costurada pelo presidente do Sindicato dos Corretores do Rio, Henrique Brandão, que é ligado ao presidente da sigla – Roberto Jefferson. Em troca de benefícios no processo de liquidação, Falk ajudaria financeiramente o partido, por meio de acordos com escritórios de advocacia. As pressões para trocar o liquidante da Interunion se intensificaram a partir de 2010, ano eleitoral. "Nunca sofri isso na minha vida profissional. Fiz a liquidação do Banco Nacional e a do BANERJ. Não havia essa interferência", alega Quintas.

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Em 2010, o então chefe da Superintendência de Seguros Privados (Susep), ao qual a Interunion Capitalização está vinculada, Paulo dos Santos, foi chamado várias vezes no gabinete da liderança do PTB na Câmara para conversar com o deputado Jovair Arantes (GO). Participou de alguns desses encontros o deputado Nelson Marquezelli (SP). Apesar das pressões, Paulo dos Santos negou-se a atender os reiterados pedidos dos petebistas e acabou demitido do cargo. Um dos argumentos para trocar Quintas eram as ações que pesavam contra ele, tanto dentro da Susep como no Ministério Público e na Polícia Federal. Uma delas trata da venda do Hotel Nacional, que teria sido leiloado por preço abaixo do mercado para beneficiar o empresário goiano Marcelo Limirio, sócio do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Desde então, nenhum outro bem da Interunion foi vendido. "É uma grande armação. A suspensão do processo é prova disso", diz Quintas. Uma vez resolvidos débitos trabalhistas, a liquidação do grupo entrou na fase das pendências tributárias. Só depois será a vez dos credores, o que não inclui integrantes do PTB.

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