Casino manda o recado: Bye, bye, Abílio Diniz
Rede varejista francesa de Jean-Charles Naouri envia carta a Ablio Diniz para informar que iniciou os trmites para se tornar acionista controlador do Grupo Po de Acar, conforme previsto no acordo de acionistas; Ablio resistiu o quanto pde, mas ter de entregar o comando do grupo
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247 – Abílio Diniz tentou de tudo, mas não conseguiu evitar que o controle do Grupo Pão de Açúcar (GPA) passasse para a rede varejista francesa Casino – como, aliás, estava combinado que ocorreria desde 2005. A Casino Guichard-Perrachon informou nesta quarta-feira, por meio de nota à imprensa, que foram iniciados os procedimentos para que ela se torne o único acionista controlador do grupo.
De acordo com o comunicado, o Casino enviou uma notificação a Abilio, sócio controlador da companhia, para informá-lo da decisão de exercer o direito de nomear o presidente do Conselho de Administração da Wilkes – holding controladora do Pão de Açúcar. “A decisão do Casino de exercer tal direito o tornará o único acionista controlador do Pão de Açúcar, conforme previsto no acordo de acionistas de Wilkes", informa a nota.
“Tal decisão demonstra mais uma vez o compromisso de longo prazo do Casino com o Brasil e a sua plena confiança no futuro brilhante do Pão de Açúcar e em seu extraordinário time de executivos", completa o comunicado. A data estabelecida para a mudança é 22 de junho.
A mudança não implica, contudo, na saída de Abilio Diniz da presidência do Conselho de Administração do Grupo Pão de Açúcar. Ele deve ser mantido como presidente enquanto estiver física e mentalmente apto para a função. O que muda: o novo grupo controlador ganha o poder de indicar o novo presidente-executivo do GPA, cargo ocupado atualmente por Enéas Pestana – mas o procedimento de troca de presidente deve passar pelo crivo de Abílio.
Memória
O contrato entre Diniz e o Casino – sócios no Pão de Açúcar – prevê que, em junho deste ano, o brasileiro terá de entregar o controle ao grupo francês presidido por Jean-Charles Naouri. A data foi estabelecida em 2005, quando Naouri comprou, por R$ 2 bilhões, o direito de assumir o controle do maior rede varejista do Brasil.
Na ocasião, Abílio vendeu 24,5% do grupo para os franceses – essa fatia foi elevada para 48,1% em 2011. Uma das cláusulas do contrato de acionistas previa a entrega do controle da companhia ao Casino. O empresário brasileiro tentou mudar os rumos da negociação, inclusive envolvendo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), mas o esforço foi em vão.
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