Cabeça de elefante: As provas da grande inteligência desse animal

Os elefantes sabem distinguir a etnia, o sotaque e o sexo das vozes humanas que ouvem. Utilizam essa capacidade para se defender e se esconder de inimigos potenciais. Aqui estão várias provas da grande inteligência desses animais

Os elefantes sabem distinguir a etnia, o sotaque e o sexo das vozes humanas que ouvem. Utilizam essa capacidade para se defender e se esconder de inimigos potenciais. Aqui estão várias provas da grande inteligência desses animais
Os elefantes sabem distinguir a etnia, o sotaque e o sexo das vozes humanas que ouvem. Utilizam essa capacidade para se defender e se esconder de inimigos potenciais. Aqui estão várias provas da grande inteligência desses animais (Foto: Gisele Federicce)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

continua após o anúncio


Por: Equipe Oásis

continua após o anúncio

Um grupo de pesquisadores da Universidade de Sussex (GB) fez com que elefantes africanos (Loxodonta africana) do Amboseli National Park, no Quênia, escutassem uma série de gravações de vozes humanas. Algumas frases erram pronunciadas por homens da etnia Massai, pastores que ocasionalmente entram em conflito com os elefantes por questões ligadas ao acesso às fontes de água e a ocupação dos territórios.

Outras vozes pertenciam a homens kamba (a etnia da maior parte dos empregados dos funcionários do parque), que raramente representam algum perigo para os paquidermes. Outras vozes ainda pertenciam a mulheres e crianças da tribo Massai. Todos pronunciavam a mesma frase: Olha lá, há um bando de elefantes se aproximando!"

continua após o anúncio

continua após o anúncio

O elefante percebe a morte

Os que se dedicam ao estudo comportamental dos elefantes há muito conheciam, com admiração, a capacidade que esses paquidermes têm de perceber a morte, reconhecer o odor dos inimigos e a própria imagem no espelho. A nova pesquisa acrescentou mais uma descoberta a respeito da proverbial inteligência dos elefantes: pelo menos os da África sabem reconhecer a proveniência étnica e o gênero das vozes que escutam, e utilizam essa habilidade para "cheirar" o perigo.

continua após o anúncio

A audição das gravações aconteceram durante as horas diurnas a centenas de elefantes de 47 famílias diferentes. Quando eram os homens massai que falavam, a maior parte dos paquidermes se juntava aos demais exemplares, cheirando o ar com a tromba e afastando-se cautelosamente. O mesmo não acontecia, no entanto, quando ouviam as outras vozes, sinal que os elefantes muito provavelmente sabem distinguir tonalidades e características dos humanos que consideram perigosos.

continua após o anúncio

"A reação deles é muito sofisticada", comenta Keith Lindsay, biólogo e membro do comitê científico do Amboseli Elephant Research Project. "A maior parte dos animais sairia correndo diante do mais genérico perigo representado pela presença humana. Em vez disso, diante das vozes dos massais os elefantes tendem apenas a permanecer alerta e a afastar-se devagar, como se reconhecessem que os homens estão simplesmente falando e não caçando. Com efeito, se estivessem caçando, não falariam, permaneceriam em silêncio".

continua após o anúncio

Homem, inimigo potencial

Um outro estudo publicado há um mês na revista científica digital PLos One ( www.plosone.org/ )‎ demonstra como os elefantes possuem chamados vocais específicos para designar os seres humanos. Sinal de que, na opinião dos cientistas, as relações entre o homem e os paquidermes está se tornando cada vez mais tensa. Com efeito, os elefantes africanos estão cada vez mais ameaçados por causa do desaparecimento do seu habitat e da caça ilegal que abastece o contrabando de marfim. 

A ciência já descobriu vários outros sinais da grande inteligência desses animais. Por exemplo: eles usam a tromba para se comunicar com uma espécie de linguagem e sinais.

A tromba do elefante é um dos instrumentos mais completos e fascinantes de todas as anatomias dos seres vivos que habitam a superfície do planeta. O elefante africano possui uma tromba com dois "dedos" preênseis situados na sua extremidade inferior; o elefante asiático possui apenas um desses "dedos".

Formada por mais de 100 mil músculos, a tromba possui uma força tal capaz de levantar pesos superiores a 250 quilos. Ao mesmo tempo, a sensibilidade de que esse órgão é dotado permite ao animal, se ele assim o quiser, arrancar da terra uma única folha de erva. A tromba serve também para bramir, levar água e alimento à boca, lançar barro e poeira sobre o próprio corpo, etc. Na imagem abaixo vemos um elefante asiático imerso no mar das Ilhas Andaman, na Índia. A tromba, nesse caso, funciona como um tubo de snork que permite ao animal, inteiramente mergulhado na água, respirar.

Mas isso não é tudo: a tromba é usada para que os elefantes conversem através de uma espécie de linguagem de sinais. Por exemplo, uma tromba em forma de "S" significa "quero te conhecer". Se, em vez disso, as trombas de dois elefantes se cruzam, como num aperto de mãos, significa que eles estão se cumprimentando. Mas se o elefante levantar a tromba bem alto e deixá-la parada nessa posição, trata-se de um aviso de alerta ao bando: Atenção, algo está acontecendo!

Ninguém fica órfão!

Os elefantes são animais extremamente sociais. Para a maior parte das espécies, se a mãe morre resta pouca esperança de vida para os seus filhotes. Mas entre os elefantes as coisas são bem diversas. Existem inúmeros exemplos de irmãs mais velhas que passam a tomar conta dos irmãos menores quando a mãe morre. Isso acontece inclusive quando a elefanta irmã já têm um filho. Mas a coisa mais surpreendente é que a adoção pode acontecer até mesmo quando o filhote não pertence ao mesmo grupo familiar.

Eu bebo sim

Entre as semelhanças e analogias comportamentais que os elefantes têm com os seres humanos está, curiosamente, um certo gosto pela embriaguez. Em matéria de "drogas" consumidas pelos animais, a predileção dos elefantes é sem dúvida o álcool. Eles são capazes de esperar a maturação dos frutos de diversas espécies de palmeiras, até que cheguem ao ponto de fermentação que torna o fruto alcoólico. Essa espera indica que a procura do álcool é intencional. Infelizmente, como acontece com certos humanos, os elefantes embriagados podem ficar superexcitados e podem perder a coordenação motora – o que é muito preocupante dado o seu enorme tamanho e peso. Embriagados, podem se tornar agressivos, entrar numa espécie de síndrome de pânico, e por causa disso tornar-se um sério perigo para os humanos. São frequentes na África as notícias sobre problemas desse tipo. Mas na Índia, graças a essa sensibilidade ao álcool, os elefantes são usados para descobrir destilarias clandestinas de bebidas alcoólicas.

Os elefantes sabem quem são

Os elefantes são um dos poucos animais (junto aos chimpanzés, os gorilas e os golfinhos) que conseguem reconhecer sua própria imagem num espelho. Em Nova York, o Zoo do Bronx realizou várias experiências nesse sentido, com resultados surpreendentes. Numa dessas ocasiões, três elefantas foram colocadas diante de um grande espelho (2,5 metros de altura por 2 metros de largura). Os zoólogos achavam que elas iriam se assustar, mas isso não aconteceu. Logo após terem aparentemente, reconhecido a si próprias, elas começaram a se "arrumar". A primeira elefanta começou a inspecionar o interior da própria boca aberta diante do espelho. A segunda preferiu inspecionar a própria orelha, com o auxílio da tromba. A terceira procurou arrancar uma cruz feita com esparadrapo branco e que lhe fora colada na cabeça sem que ela o percebesse (Veja o vídeo)

http://youtu.be/cr7hOZuHvAg

embed

Ao analisar a experiência, os cientistas comentam que os elefantes percebiam estar diante de alguma coisa estranha e, inicialmente, tentaram olhar por cima do espelho para ver se havia alguma outra coisa por trás dele. Depois se abaixaram para verificar se haveria alguma coisa não visível abaixo dele.

Mas o mais surpreendente foi o fato de que, passada uma certa perplexidade inicial, os animais começaram a se concentrar em si mesmos, e a examinar algumas partes do próprio corpo. A maior surpresa foi quando começaram a operar sobre si mesmos – e não sobre as imagens refletidas no espelho – na tentativa de mudar alguma coisa como, por exemplo, a cruz de esparadrapo.

A conclusão a que se chegou é que as três elefantas se reconheceram no espelho, o que demonstra que possuem um certo conhecimento de si mesmas. Esta é sem dúvida uma função muito útil para quem vive em sociedade, onde é necessária a percepção do outro como uma entidade diferente e diversa, e também para que se possa mostrar empatia em relação ao outro.

Vídeo: Veja abaixo o comovente vídeo do reencontro de duas elefantas asiáticas, depois de 22 anos de separação.

http://youtu.be/lF8em4uPdCg

embed

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247