Tensão pré-leilão tem bombas e feridos no Rio
Agentes de segurança dispersam manifestantes contrários ao leilão do Campo de Libra; grupo derrubou grades do primeiro bloqueio montado pela Força Nacional para isolar a área do Hotel Windsor Barra, onde serão feitas as propostas pelas reservas de petróleo, na zona oeste do Rio; ao menos seis pessoas ficaram feridas com balas de borracha; bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo também marcam conflito; na Praça do Ó, a dois quarteirões, manifestantes carregam bandeiras de partidos políticos, sindicatos e movimentos sociais; cerca de 1.100 homens fazem dois bloqueios entre o hotel e a praça

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Vitor Abdala*
Repórter da Agência Brasil
Pelo menos seis pessoas ficaram feridas com balas de borracha em confronto entre manifestantes e homens da Força Nacional de Segurança, na Barra da Tijuca. Os manifestantes protestam contra a primeira rodada de licitação do pré-sal, marcada para hoje (21), às 15h no Windsor Barra Hotel.
A confusão começou depois que manifestantes derrubaram a grade que separava o protesto dos homens da Força Nacional. Os policiais reagiram com balas de borracha, spray de pimenta e bombas de efeito moral. Dois feridos estão sendo atendidos em uma ambulância do Corpo de Bombeiros que está no local.
Os manifestantes continuam posicionados em frente às grades, que foram recolocadas, agitando bandeiras de partidos políticos, movimentos sociais e sindicatos.
Praça do Ó
Dezenas de manifestantes se reúnem na Praça do Ó, na Barra da Tijuca, a dois quarteirões do hotel, que está totalmente cercado pela Força Nacional de Segurança e pelo Exército. Os manifestantes carregam bandeiras de partidos políticos, sindicatos e movimentos sociais.
Os cerca de 1.100 homens da Força Nacional e do Exército fazem dois bloqueios entre o hotel e a Praça do Ó. Eles estão posicionados em frente às grades colocadas para impedir a chegada dos manifestantes ao local. O bloqueio chega, inclusive, à areia da praia. No mar, dois navios da Marinha estão posicionados na direção do hotel.
Até as 10h, os militares estavam permitindo a passagem de banhistas e moradores pelo mar, mas agora o acesso está totalmente fechado. "A ordem que tenho é não autorizar a passagem de mais ninguém pela área bloqueada", disse o capitão Serra
A moradora da Barra Vanessa Teixeira teve que passar pela areia para chegar em casa. "Não vejo necessidade nisso. Estou sem o comprovante de residência e estou tendo que passar por aqui".
César Nogueira, que andava de bicicleta, teve que carregar a bicicleta no ombro pela areia para passar pelo bloqueio. "É muito desagradável. Eles poderiam dar uma opção de permitir o trânsito de moradores pela calçada. "Fica difícil trazer um comprovante de residência".
Cláudia Fernandes teve a caminhada interrompida e, inconformada, avaliou a situação como absurda. "Eu não tenho nada a ver com essas manifestações. Sou moradora e só queria dar uma caminhada".
Nesta tarde, o hotel receberá as propostas dos consórcios que se formarem a partir das 11 empresas habilitadas a participar do leilão para a partilha do Campo de Libra, que detém a maior reserva de petróleo já descoberta no Brasil, com entre 8 e 12 bilhões de barris de óleo.
Pela regra do leilão, a Petrobras terá 30% de participação e será a operadora do campo. Ganhará o direito a explorar a área o consórcio que oferecer a maior participação do lucro-óleo à União, sendo o percentual mínimo de 41,65%. As empresas vencedoras terão que depositar um bônus de assinatura de R$ 15 bilhões.
*Colaborou Vinícius Lisboa
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