Guerra da água: Alckmin tem de aumentar a vazão
Aneel notificará a Cesp para que ela aumente a quantidade de água enviada da represa do rio Jaguari para o rio Paraíba do Sul; companhia paulista estaria segurando mais água no reservatório do que a determinação; água que sai do Jaguari abastece a capital do Rio de Janeiro, do governador Luiz Fernando Pezão, Minas Gerais, governado por Alberto Pinto Coelho, e o interior paulista; Pezão pediu "diálogo" e afirmou que "São Paulo não pode tomar uma decisão unilateral" sobre a questão da água

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247 - A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) notificará a Cesp (Companhia Energética de São Paulo) nesta terça-feira 12 para que a estatal cumpra determinação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) sobre estocagem de água no reservatório da hidrelétrica do rio Jaguari (SP). Será determinado que a empresa aumente a quantidade de água enviada da represa do Jaguari para o rio Paraíba do Sul.
Segundo o diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, a Cesp estaria segurando mais água no reservatório do que a determinação do ONS. "Ela operou a usina com defluência diferente da orientada, produzindo menos energia e, consequentemente, com vazão menor", disse ele a jornalistas. Essa foi a primeira vez, segundo Rufino, que uma hidrelétrica descumpre determinação do ONS.
A Cesp terá prazo de 15 dias para explicar sua posição. "A partir daí, a área de fiscalização vai analisar os comentários do agente e se posicionar. Pode punir ou não", disse, explicando que as punições vão de advertência a multa.
Reportagem da Folha de S. Paulo do último sábado apontou que a Cesp, do governo paulista, estava liberando apenas um terço do volume de água determinado pelo ONS. A estatal paulista alegou ter recebido ordens do DAEE (Departamento de Água e Energia Elétrica), ligado à gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB), para não alterar a vazão da represa.
A água que sai do rio Jaguari, no interior de São Paulo, vai para o rio Paraíba do Sul, que abastece o Rio de Janeiro e Minas Gerais, além do interior paulista. Para o ONS, que controla o sistema de energia brasileiro, a decisão da Cesp vai causar um "colapso" no abastecimento de água das cidades que ficam na bacia do rio Paraíba do Sul. Segundo dados oficiais, 15 milhões de pessoas recebem água por meio do Paraíba do Sul, sendo 10 milhões apenas na capital do Rio.
Ao comentar o episódio, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), pediu "diálogo" e afirmou que "São Paulo não pode tomar uma decisão unilateral" sobre a questão da água. "Eu confio muito no diálogo. Tenho certeza de que o governo federal, através da Agência Nacional de Águas, vai determinar o que tem que ser feito no Rio Paraíba do Sul, como sempre foi feito, há mais de 60 anos", disse.
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