Estudantes não creem em Alckmin e mantêm ocupação
Embora o governador Geraldo Alckmin (PSDB) tenha anunciado, por meio do secretário estadual de Educação, Herman Voorwald, a possibilidade de suspender temporariamente a reorganização da educação em São Paulo, que fecha 93 escolas e atinge 311 mil alunos, os estudantes duvidaram das intenções do governador e decidiram manter a ocupação em 64 unidades; Voorwald disse em audiência nesta tarde que levará a Alckmin a proposta dos estudantes de cancelar de imediato a reorganização das escolas e colocar o projeto em discussão ampla com pais, alunos e professores durante todo o ano de 2016

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Por Sarah Fernandes, da Rede Brasil Atual
São Paulo –Terminou sem acordo a audiência de conciliação no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) realizada na tarde de hoje (19) entre o secretário estadual da Educação, Herman Voorwald, e representantes de alunos secundaristas, sobre a reorganização do ensino público paulista. As medidas incluídas na proposta levarão ao fechamento de pelo menos 93 escolas e transferências de cerca de 311 mil alunos.
Voorwald disse que levará ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) a proposta dos estudantes, de cancelar a reorganização de imediato e colocar o projeto em discussão ampla com pais, alunos e professores durante todo o ano de 2016.
Os estudantes vão discutir o rumo das ocupações, que já atingem 64 escolas estaduais.
Na segunda-feira deverá realizada nova audiência entre as partes. A Defensoria Pública deve apresentar o posicionamento dos alunos e o governo também deve se posicionar.
Estudantes presentes no tribunal cantaram durante a audiência "não tem arrego" e contrariaram determinação do desembargador de escolher um porta-voz, preferindo subir ao palco em grupo e dividir as falas.
"O governo está tratando ocupações como pauta judicial e policial", "decidimos ocupar a escola como ato de resistência à medida do governo que não nos consultou", e outras manifestações traduziram os sentimentos dos estudantes.
247: Confira abaixo a íntegra da nota da Secretaria, em que o governo evita o termo "suspensão", mas abre a proposta para negociações:
"A Secretaria da Educação do Estado reafirma o compromisso com a reorganização da rede de ensino. Mais uma vez o diálogo deve prevalecer entre alunos e dirigentes para conseguir, de maneira pacífica, chegar a um consenso.
As diretorias regionais de ensino continuarão à disposição para dialogar e trabalhar em equipe para garantir que os 200 dias letivos sejam cumpridos.
Um documento apresentado ao Ministério Público mostra os 5 principais pontos mencionados na tarde de hoje (19) pelo secretário Herman Voorwald, acompanhe abaixo:
1. envio do material da reorganização específico de cada unidade escolar. Prazo: em 48 (quarenta e oito) horas após a desocupação.
2. redistribuição do material da reorganização a todas as unidades da rede estadual de educação. Prazo: em 48 (quarenta e oito) horas após a desocupação.
3. realização de debates com a comunidade escolar, a serem organizados nas dependências das unidades escolares. Prazo: em até 5 (cinco) dias, após o recebimento do material referente ao item 1;
4. indicação de representantes da comunidade escolar – Grêmios, Associações de Pais e Mestres, Conselhos de Escola ou representantes desses segmentos, para consolidar propostas a serem encaminhadas às Diretorias de Ensino;
5. reuniões das equipes das Diretorias de Ensino com representantes indicados pela comunidade escolar para tratar as propostas. Prazo: até 10 (dez) dias após a realização dos debates indicados no item 3;"
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