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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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PF, avalizada pelo STF, conquista maior poder moral e político sobre Forças Armadas, que se desmoralizam na tentativa de golpe

Ocorreu, com Bolsonaro, no poder, inversão de prioridades no comando da política de segurança nacional

Sede da Polícia Federal em Brasília (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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As cenas políticas e policiais impactantes das últimas semanas e meses criam fato político novo no cenário nacional, com a polícia federal, autorizada pelo STF, batendo na porta dos generais, almirantes e brigadeiros, integrantes das forças armadas, para investigar o envolvimento deles no golpismo bolsonarista para tentar derrubar Lula depois de eleito em 2022 e destruir democracia.

Polícia Civil exige, nessa hora, aparente superioridade moral relativamente às forças armadas que se sucumbem eticamente na escala dos poderes republicanos por ter conspirado contra democracia, fugindo das suas responsabilidades constitucionais.

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Algo inimaginável ao largo do período 2018-2022 de predominância do fascismo político como produto do neoliberalismo que dominou o poder depois de 2016 com o golpe do impeachment para derrubar a presidenta Dilma Rousseff sem crime de responsabilidade para caracterizá-lo, tornando Brasil republiqueta de bananas.

O golpe de Bolsonaro poderia, hipoteticamente, ter dado certo, se ele ocorresse antes da eleição; realista, Bozo alimentava sensação de vitória, mas estava com pé atrás, tanto que, seis meses antes da eleição, reuniu seu Ministério para articular reações de resistência à derrota para Lula, visando derrubá-lo.

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Até então, Bolsonaro tinha a força e a disposição das forças armadas de continuarem ao seu lado fazendo o jogo antidemocrático, como havia ficado claro com as manobras militares inconstitucionais para tentar desmoralizar a disputa eleitoral ao lançar dúvidas sobre as urnas eletrônicas, forjando todo tipo de mentiras e escaramuças na base do fakenews.

O golpe já estava em andamento, com os chefes militares de calcanhares unidos e prontos em posição de ataque, perfilando, confiantes, ao lado do presidente fascista predisposto ao golpe.

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BOZO CALCULOU MAL

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Depois da derrota, o ânimo contrário ao golpe avançou, porque no íntimo dos potenciais golpistas cresceu o receio de romper com a democracia vitoriosa nas urnas como elemento superior para fortalecimento institucional democrático dado pela Constituição.

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Rasgar a Constituição depois da consulta popular?

Até antes da disputa eleitoral, o ex-presidente tinha o apoio de toda a tropa das três armas, quando desfrutava e manipulava totalmente corações e mentes sob poder republicano submetido ao poder bonapartista, potencialmente, fascista.

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Bolsonaro tinha a BIC nas mãos para fazer qualquer loucura para tentar se manter no poder.

Naquela altura do campeonato, estavam retraídos os poderes legislativo e judiciário, principalmente, este, acossado pelos bolsonaristas, cuja palavra de ordem era prender ministros do STF.

Em 5 de julho de 2022, quando Bolsonaro convocou reunião ministerial durante a qual se cogitou do golpe, defendido, entusiasticamente, pelo ex-ministro da Defesa, ex-comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira, Bolsonaro estava propenso ao voluntarismo fascista.

O ex-presidente falava pelos cotovelos, insuflando sua base terrorista para derrubar, se preciso, o futuro vitorioso Lula da Silva, candidato da Frente de Oposição.

Bolsonaro partiu derrotado psicologicamente para a Lula eleitoral com Lula, como demonstra suas preocupações prévias externas na reunião ministerial de 5 de julho de 2022.

Tudo mudou de figura, depois da vitória lulista.

Os articuladores do golpe dentro do governo, especialmente, general Augusto Heleno, chefe do GSI – homem da informação e da segurança – entraram em pânico, quando, como fez o general, consultou os ministros das forças armadas, da Aeronáutica e do Exército, e recebeu deles a negativa da participação nas manobras golpistas de Bolsonaro, a serem implementadas depois de derrotado nas urnas.

Suicídio político.

Apenas se dispôs ao golpe depois da eleição presidencial o ministro da Marinha, almirante Almir Garnier, ultrarradical fascista.

Ficou visível o vírus da divisão profunda das Forças Armadas, em que uma parcela do alto comando militar se mostrava disposta a ir adiante com o fascismo bolsonarista, e duas outras recusaram participar da trama golpista.

 

PF FORTE, FFAA FRACAS

 

O fracionamento das forças armadas, sem dúvida, acabaria fortalecendo a Polícia Federal, graças à determinação do ministro do STF, Alexandre de Moraes, que autorizou ela a radicalizar contra os golpistas, dando baculejos mediante autorização judicial que prenuncia futuras prisões depois de julgamentos obedecidos o processo legal.

Emerge, agora, novo quadro institucional pós tentativa de golpe com aparência tumultuada diante da proatividade da polícia federal, no trabalho reparador e moralizador das instituições por meio de investigação e caça aos envolvidos.

Na etapa posterior das eleições de 2022, ao longo de 2023 e nessa altura de 2024, quando se registra resultados espetaculares de desmontagem da armadura do golpe bolsonarista fracassado, a Polícia Federal só fez crescer de prestígio comparada aos integrantes desmoralizados das forças armadas.

No momento, portanto, a aparência de legalidade constitucional não está mais nas forças armadas, cuja missão constitucional falhou: defender o território nacional dos inimigos externos e fortalecer a democracia.

Elas fizeram o oposto: fragilizaram a democracia e colocaram em risco a estabilidade política que assegura a soberania nacional.

Portanto, criou vácuo decorrente da sua desmoralização institucional e a PF aproveita, agora, para ocupar espaço e faturar, sob a proteção da lei, a desmoralização do poder militar.

O novo poder é aliança da STF-PF, vendendo a supremacia do poder civil, diante da bancarrota moral das forças armadas.

Novo civilismo à vista?

 

INVERSÃO DE PRIORIDADES

 

Ocorreu, com Bolsonaro, no poder, inversão de prioridades no comando da política de segurança nacional: o golpe seria ou não fator de (in)segurança e fortalecimento-enfraquecimento da soberania nacional sob bolsonarismo neoliberal fascista?

Os desvios institucionais pela tomada do poder pelo pensamento militar autoritário sob Bolsonaro, ao ocupar os órgãos federais, submetendo-os todos à visão do quartel, demandarão necessárias reformas para ajustes internos capazes de corrigi-los para fortalecer democracia.

Lula tem pela frente tarefa gigante para corrigir desvios das instituições sob orientação fascista durante 4 anos de poder bolsonarista.

Não a situação concreta será contribuir para continuidade do estado catatônico em que se encontra, nesta fase pós-bolsonarista, a institucionalidade da segurança interna, diante do avanço da violência como produto da confusão geral.

Tudo piora no cenário incerto do rumo do modelo de desenvolvimento econômico neoliberal que concentra renda e potencializa desigualdade social.

Os históricos erros de política econômica ditada pelos credores da dívida governamental levaram o país ao fascismo quanto mais elevou a desigualdade social sob juros altos, superiores à taxa de crescimento do PIB, para tentar controlar inflação desindustrializante.

Do fascismo articulação do golpe foi um passo.

Cortar a tendência ao fascismo e à sustentação do neoliberalismo fascista, cuja fonte de sobrevivência é bombardear o processo democrático, substituindo por golpe militar, é a tarefa principal da democracia sob gestão de Lula.

 

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