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Heraldo Campos

Graduado em geologia (1976) pelo Instituto de Geociências e Ciências Exatas (UNESP), mestre em Geologia Geral e de Aplicação (1987) e doutor em Ciências (1993) pela USP. Pós-doutor (2000) pela Universidad Politécnica de Cataluña - UPC e pós-doutorado (2010) pela Escola de Engenharia de São Carlos (USP)

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Tartaruga nadando de braçada

A “tonta” da tartaruga, coitada, estava tendo que driblar manchas de óleo, plásticos, pneus, entre outras tranqueiras

Pplaca de aviso com espécies que habitam a área e da ponte sobre o Rio Grande, em Ubatuba, Litoral Norte do Estado de São Paulo. (Foto: Heraldo Campos )
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Outro dia, na desembocadura do Rio Grande [1], em Ubatuba, no Litoral Norte do Estado de São Paulo, vi de cima da ponte que liga a parte central da cidade ao acesso para a Praia do Perequê Açu, uma tartaruga nadando de braçada. A “tonta” da tartaruga, coitada, que estava tendo que driblar manchas de óleo, plásticos, pneus, entre outras tranqueiras, de certo, a desatenta nadadora, não deve ter observado a bandeira vermelha do órgão ambiental estadual que, por semanas, vinha indicando que a água do mar desse trecho de praia estava poluída.

Não muito longe dali, numa saída de drenagem urbana para a Praia do Iperoig, de um canal que beira o aeroporto da cidade, máquinas estavam tentando, aparentemente, desobstruir o acúmulo de areia que represava água com forte cheiro de esgoto. Não é difícil de acontecer, nesse caso, que ligações clandestinas de esgoto doméstico sejam conectadas nas tubulações subterrâneas de coleta de águas pluviais.

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Lamentavelmente, não deu para fotografar a “mala sem alça” da tartaruga que devia estar atrapalhando o trânsito aquático de resíduos urbanos para o Oceano Atlântico. Há algumas décadas, nessa época do outono e na chegada do inverno, era possível ver na subida no Rio Grande cardumes de tainhas e de paratis. Hoje, as primeiras, podem ser encontradas amontoadas no mercado municipal, depois de terem rodado sob o gelo, vindas de diferentes entrepostos comerciais de pescados, espalhados pelo estado e região. Sinais dos tempos.

Segundo o livro “História Geológica da Vida” [2] de A. Lee McAlester, página 123, segundo parágrafo, “(...) Desde que surgiram os quelônios, no triássico inferior, foram muito poucas as mudanças sofridas. Parece que a sua carapaça e os seus hábitos aquáticos e omnívoros foram-lhes eficazes durante os períodos de crise que eliminou a maior parte dos seus aparentados. (…).”

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Por isso, as “desavisadas” atuais tartarugas que se cuidem, se quiserem continuar nadando na água salgada, porque o dia delas pode estar contado e esses onívoros podem nem ver o próximo show da Madonna.

Fontes

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[1] Artigo “Praias indo pro beleléu”.

https://cacamedeirosfilho.blogspot.com/2024/01/praias-indo-pro-beleleu.html?view=magazine

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[2] Livro “História Geológica da Vida” de A. Lee McAlester. Editora Edgard Blücher Ltda. 1969. 174 páginas.

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