Magda Chambriard e Lula

Com Lula e Magda, Petrobras deve explorar Margem Equatorial para apressar transição verde

O histórico de décadas de exploração e produção marinha da Petrobras confere meios para que o país enfrente o desafio com segurança

Não poderia ser mais animador o cenário para a Petrobras prenunciado pelas palavras do presidente Lula e por Magda Chambriard durante a posse desta no comando da empresa.

Numa cerimônia prenhe de simbolismos dado o histórico da empresa e seu papel nos tempos recentes, a nova presidenta da Petrobras afirmou que vai seguir impulsionando ainda mais a empresa no sentido do seu crescimento.

"O que nós vamos fazer está registrado no nosso planejamento estratégico", afirmou a executiva, destacando que o plano tem potencial para gerar centenas de milhares de empregos diretos e indiretos, além de expressivos recursos para União, Estados e municípios em participações governamentais.

Destacou também o  compromisso "com a rentabilidade e eficiência que o mercado e o Brasil esperam de nós".

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O presidente Lula, por sua vez, cobrou durante sua fala que a Petrobras seja mais do que nunca  indutora do desenvolvimento da economia nacional, mas sem prejuízo aos acionistas.

Magda acaba de anunciar a nomeação de três mulheres para a diretoria da empresa, elevando a composição feminina naquele nível para quatro, o que é inédito.

Sua nomeação representa a  reafirmação de uma virada nos rumos da empresa. Tal câmbio vem se materializando no governo Lula depois dos graves ataques sofridos a partir de 2016. Desde a Lava Jato, a Petrobras vinha sendo destruída, numa conspiração que, em seus objetivos políticos e antinacionais aproveitou-se da descoberta de esquemas de corrupção em setores da empresa. Foi a oportunidade para que um conluio de elites brasileiras com interesses de governos e de concorrentes estrangeiros se armasse para pilhar a empresa, a segunda petroleira mais lucrativa do planeta.

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A Petrobras, vítima, foi abusivamente penalizada nos Estados Unidos e daí iniciou-se um processo de interrupção de investimentos, queima  de ativos a preços aviltantes e preparação para privatização total. Avidamente cobiçada por governos e barões do petróleo mundial, a empresa foi parcialmente canibalizada. Tudo isso está sendo revertido no governo Lula, para decepção dos interesses geopolíticos internacionais voltados contra a projeção do Brasil.

Em seu discurso, a nova presidenta sublinhou a importância de repor reservas de petróleo e gás natural para garantir a segurança energética nacional durante a transição energética imposta pela obrigação de cumprir as metas de proteção contra o aquecimento global. Segundo ela, "é fundamental desenvolver nossas fronteiras exploratórias, como as da Margem Equatorial e do Sul do Brasil, sempre com rigorosos padrões de segurança, em absoluta conformidade com a legislação ambiental e com os processos de licenciamento".

A exploração da faixa de petróleo provavelmente existente ao longo do mar territorial norte do país será a fonte dos volumosos recursos necessários para que o país consiga transitar para a geração de energia e combustíveis limpos.

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Este Brasil 247 considera estratégica para o país a exploração da Margem Equatorial, a exemplo do que já fazem em área  contígua os vizinhos Suriname e Guiana, com grandes resultados para a economia desses países. 

O Brasil deve fazê-lo sem atrasos, inclusive em distância adequada na área dos estados da região amazônica, observando as normas e procedimentos de proteção ao ambiente. Nesta seara, o histórico de décadas de exploração e produção marinha da Petrobras confere meios para que o país enfrente o desafio com segurança, provendo ademais royalties tão valiosos para o desenvolvimento do Norte e do Nordeste.

Sendo destruída, aviltada, pilhada, canibalizada sob os governos de Temer e Bolsonaro, a Petrobras agora pode voltar a se  assumir como o grande polo gerador de tecnologia de última geração, empregando e fixando no país a ciência mais avançada e seus cientistas. Pode induzir o país a se industrializar. Pode voltar a pesquisar e a estimular a melhor engenharia pesada para produzir plataformas, petroleiros, navios para usos especiais, refinarias e a melhor petroquímica adaptada às exigências da transição energética. Para onde for a Petrobras, vai o Brasil. Sem ela, não vai a lugar nenhum.

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