Guedes tenta enquadrar Bolsonaro e leva invertida

Paulo Guedes e sua equipe estão tentando calar Jair Bolsonaro quanto aos temas da economia; o cerco ao presidente aconteceu no fim-de-semana, quando interlocutores próximos a ele e ligados à área econômica e política do governo recomendaram seu silêncio quanto aos temas econômicos, para não causar conflitos entre membros da própria gestão; a tentativa naufragou, pois Bolsonaro reafirmou em discurso na manhã desta segunda-feira que é ele quem manda, apesar de uma aparente deferência a Guedes 

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247 - Paulo Guedes e sua equipe estão tentando calar Jair Bolsonaro quanto aos temas da economia. O cerco ao presidente aconteceu no fim-de-semana, quando interlocutores próximos a ele e ligados à área econômica e política do governo recomendaram seu silêncio quanto aos temas econômicos para não causar conflitos entre membros da própria gestão, como a gerada na última sexta-feira (4), quando o chefe do executivo federal falou sobre reforma da Previdência, aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) e redução de imposto de renda. A tentativa naufragou, pois Bolsonaro reafirmou em discurso na manhã desta segunda-feira (7) que é ele quem manda, apesar de uma aparente deferência a Guedes (aqui).

"O desconhecimento meu ou dos senhores em muitas áreas, e a aceitação disso, é um sinal de humildade. Tenho certeza, sem qualquer demérito, que eu conheço um pouco mais de política que o Paulo Guedes e ele conhece muito, mas muito mais de economia do que eu" disse Bolsonaro na posse das diretorias do bancos públicos no fim da manhã em Brasília. A equipe econômica tem apoio de outros segmentos do governo mas o assunto é tratado com enorme discrição, dado o potencial de crise que encerra. 

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A fala de Bolsonaro sobre o IR e o IOF "causou um forte ruído interno, nas palavras de um auxiliar palaciano" -informa o Blog do Gerson Camarotti. A situação chegou a ponto de se imaginar a saída de Guedes. Ele conversou com o jornalista Camarotti e revelou que durante o fim de semana "manteve contato telefônico com seus assessores técnicos, numa demonstração que tudo foi normalizado", em função do estremecimento na cúpula do governo.

Para apresentar uma imagem de suposta unidade, o ministro Paulo Guedes usou no discurso de posse das novas diretorias dos bancos públicos, no fim da manhã desta segunda, a expressão "caixa preta", que Bolsonaro usar horas antes num tweet (leia aqui). "O BB recebeu aumento de capital lá atrás, e a Caixa foi vítima de saques e fraudes. Vamos abrir essas caixas-pretas", declarou Guedes, repetindo a expressão de Bolsonaro no tweet: "Com poucos dias de governo, não só a caixa preta do BNDES, mas de outros órgãos estão sendo levantados e serão divulgados".

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O movimento de busca de sintonia acontece ao mesmo tempo em que se tenta "encabrestar" Bolsonaro. Na semana afirmou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciaria a "possibilidade" de reduzir a alíquota máxima do Imposto de Renda e aumento do IOF. No mesmo dia, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse que o presidente se "equivocou" e negou previsão do aumento de imposto. Numa entrevista, Bolsonaro anunciou uma versão da reforma da Previdência diferente do projeto draconiano de Guedes.

A segunda-feira está sendo dedicada a tentar demonstrar unidade e sintonia. Guedes repetiu Bolsonaro e seu discurso e o general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), afirmou que seria tudo como uma invenção. Em entrevista, disse: “Não teve rusga nenhuma, nem rusga, nem carrinho por trás, nem tesoura voadora, não teve nada. Hoje de manhã se encontraram aí, best friends, não tem essa história”.  O fato de um general e, ainda mais, chefe do órgão que cuida da "Segurança Institucional" do país entrar neste assunto é por si só indicativo de como o tema é explosivo no governo.

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