Pimentel: Desoneração da folha virá em “médio prazo”

Ministro do Desenvolvimento garante que redução dos tributos sobre a folha de pagamento virá para todos os setores da indústria; em entrevista, Fernando Pimentel diz também que taxa de câmbio em torno de R$ 2 é uma das medidas para estimular investimentos e garante que "estamos vivendo uma conjuntura de crescimento de investimento" no País

Pimentel: Desoneração da folha virá em “médio prazo”
Pimentel: Desoneração da folha virá em “médio prazo” (Foto: Sérgio Lima)


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Minas 247 – No "médio prazo", o governo pretende desonerar a folha de pagamentos para todo o setor de bens manufaturados, afirmou o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel. Numa entrevista ao jornal Valor Econômico publicada nesta sexta-feira 8, ele menciona ainda que a intenção do ministro da Fazenda, Guido Mantega, é de desonerar a folha como um todo. "No longo prazo, seria extremamente positivo. No médio prazo, vamos tentar chegar à desoneração da folha da indústria". Ele não deu prazos, no entanto, para isso acontecer.

Na conversa com o jornalista de política Sergio Leo, Pimentel falou ainda sobre as medidas tomadas pelo governo para incentivar os investimentos no País, a taxa de câmbio, as intervenções do governo nesse setor, o pedido de apoio de setores para desonerações, entre outros temas. Sobre o câmbio flutuante, ele afirma que "vai ficar por aí, nesse universo em torno de R$ 2". E garante: "É flutuante, porém, vigilante".

Leia abaixo alguns trechos e clique aqui para ler a íntegra:

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Medidas para investimento

Ficamos muito tempo no Brasil sem ambiente favorável ao investimento, e o governo fez isso agora, de forma muito decidida. A queda do patamar da taxa de juros, o movimento de maior vigilância no câmbio, que é flutuante mas vigilante, e o conjunto de iniciativas para destravar regras e regulamentações e permitir investimento privado em áreas de atuação pública (portos, aeroportos, rodovias, ferrovias). [O investidor] leva um tempo para absorver a mudança, entender as novas regras, perceber que, de fato a nova realidade é essa.

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Otimismo

Esse movimento está começando. Estou seguro que vamos ter taxa de investimento maior neste ano, no ano que vem e nos subsequentes. Quanto, é impossível prever. O ano de 2012 foi o ano em que mais concedemos ex-tarifários [redução ou eliminação de imposto] para bens de capital importados [máquinas e equipamentos para a produção]. Só esses equipamentos alavancam investimentos em torno de US$ 45 bilhões. Estamos vivendo uma conjuntura de crescimento de investimento no Brasil.

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Câmbio flutuante

[Houve] uma queda pequena [do dólar]. O câmbio é flutuante, deu uma flutuadinha para baixo... Já flutuou para cima, também por ação do governo. Um pouco para baixo, um pouco para cima, mas não saiu do patamar. Vai ficar por aí, nesse universo em torno de R$ 2. É flutuante, porém, vigilante. Estamos vigiando para ele ficar nisso aí, para não cair muito, nem subir muito. Como americanos, europeus e japoneses. Estamos agindo com uma lógica macroeconômica correta.

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Intervenções do governo

As intervenções do ministro Guido Mantega têm sido muito precisas nessa direção: não vamos permitir que o desequilíbrio cambial danifique nosso tecido industrial, produtivo. Mas também não vamos alimentar a ilusão de um câmbio hiperdesvalorizado, que, de repente, todo mundo acha que ficou competitivo de novo. Vamos trabalhar com pé no chão, de maneira sensata.

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Setores pedem apoio

(...) a fila é grande, todo mundo quer a mesma coisa. Nós todos – o ministério, o governo, a área econômica liderada pela Fazenda, e também os bancos - trabalhamos com a expectativa de desonerar a folha de pagamento, no médio prazo, para todo o setor de bens manufaturados. A ideia é reduzir o custo do trabalho, o impacto do gasto trabalhista para esse setor da economia [a indústria], e para outros. O ministro Guido tem feito referência a desonerar a folha como um todo. No longo prazo, seria extremamente positivo. No médio prazo, vamos tentar chegar à desoneração da folha da indústria. Não tem prazo definido pela presidente, e não vou me arriscar a fazer um. Mas acho que é um prazo que a gente consiga enxergar.

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Exigência de conteúdo nacional

Não estamos fazendo exigência de conteúdo nacional na linha nacionalista do século passado. É com cabeça do século XXI, para garantir absorção de novas tecnologias, colocar nossa indústria no patamar deste século. Temos de garantir, para isso, que os processos sejam internalizados. Mas os dados do ex-tarifário mostram que, onde não há similar nacional somos totalmente abertos à importação, reduzimos imposto. Não podemos é ter ilusão de que, importando produtos, porque são mais baratos, faremos a economia brasileira rodar.

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